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BAHIA

‘Berçário’ das baleias jubartes, Bahia concentra maior parte da espécie durante temporada de reprodução

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Entre os meses de julho e novembro, as águas calmas e quentes do litoral baiano são cenário das acrobacias e cantos das baleias jubartes. Todo ano, as ilustres visitantes viajam por cerca 2 meses, da Antártida até o Brasil, para acasalar, reproduzir, e dar um show para quem tem o privilégio de vê-las.

“São cantoras de ópera e dançarinas acrobáticas. Dentre as espécies, são as mais exibidas. Geralmente, os machos cantam para seduzir e copular, mas é também uma forma de comunicação”, explica Enrico Marcovaldi, um dos coordenadores do Projeto Baleia Jubarte, que monitora a espécie há 32 anos.

A estimativa do Projeto Baleia Jubarte é que a população da espécie que vem para o Brasil, esse ano, passe dos 20 mil. Durante a temporada, elas podem ser vistas desde o norte de São Paulo até o sul do Rio Grande do Norte. A maior concentração está entre o Espírito Santo e a Bahia, e 70% delas escolhem o arquipélago de Abrolhos, no sul baiano, que é o principal berçário das jubartes no Atlântico Sul. O pico das jubartes no Brasil é agosto e setembro.

O veterinário Milton Marcondes, coordenador de Pesquisas do Projeto Baleia Jubarte, explica o motivo da espécie fazer uma viagem tão longa para se reproduzir, pura sabedoria da natureza.

“Em Abrolhos, há recifes de corais, elas procuram água mais abrigada, mais calma. Mesmo que o mar ‘cresça’, a água é mais calma, sem muitos predadores. Aqui elas encontram água mais quente. No útero da mãe, os filhotes estão a 37ºC, 38ºC, se fosse nascer na Antártida, nasceria na água 4ºC, 2ºC. Aqui nasce numa água a 25ºC, 26ºC, mesmo estando no inverno, e eles [filhotes] não precisam estar com uma capa de gordura tão grande.

“Elas nascem aqui [Brasil], a maioria é baiana e capixaba. Começam a nascer no final de julho e em agosto. O filhotinho nasce com 4 metros, 4,5 metros e pesando uma tonelada, precisa de tempo pra se desenvolver”, completa Milton.

Esse ano, o registro da primeira jubarte da temporada foi em 30 de abril, em Ilhabela (SP) a primeira. Na Bahia, elas chegaram em junho, em Abrolhos, onde equipes do Projeto Baleia Jubarte já avistaram 120 baleias. O número aponta que vai ser uma boa temporada, com muitas visitantes. Entre Praia do Forte, litoral norte da Bahia, e Salvador, já foram vistas 30 baleias. Na capital, em um só dia, pesquisadores do projeto avistaram 8 delas, fora da Baía de Todos-os-Santos, trecho entre o Porto da Barra e Itapuã.

Enrico Marcovaldi explica que, na capital, elas podem ser vistas, muitas vezes, mais perto da costa. Elas costumam aparecer em locais com 100 e 120 metros de profundidade.

“Aqui consegue ver as baleias mais perto porque a plataforma continental é mais estreita, disse Enrico Marcovaldi.

Com a pandemia do novo coronavírus, há menos gente e embarcações no mar, mas os pesquisadores ainda não sabem se isso pode trazer uma mudança no comportamento das jubartes na temporada.

As baleias jubartes surpreendem pelo tamanho e beleza. Elas podem chegar a até 16 metros de cumprimento e a pesar 35 toneladas. “Quem vê uma baleia nunca esquece”, disse Enrico Marcolvadi, do Projeto Baleia Jubarte.

É o que confirma o pescador Uilson Alexandre, mais conhecido como Lixinha, de 47 anos. Ele mora em Caravelas, no extremo sul baiano, e cidade mais perto de Abrolhos, e seguiu na profissão da família. Aos 7 anos já pescava com o pai. E foi nessa idade que viu uma baleia jubarte pela primeira vez, há 40 anos.

“Estava com meu pai pescando. Pra mim foi surpresa porque a gente sempre ouvia a lenda do canto da sereia. E, depois, eu descobri que era o canto da baleia. Ela estava expondo a cauda pra cima. Era uma só, era muito grande, devia ter uns 15 metros, era bem maior do que o barco”.

Lixinha conta que, nesses 40 anos, observou o crescimento da população das jubartes na região e isso mudou os hábitos da comunidade pesqueira no local.

“Mudou muita coisa. O crescimento das baleias na nossa área é muito grande, cada ano é mais, e isso não parou, ao ponto de gerar impacto na pesca. A questão do equipamento, perdia tudo [quando enrolava nas baleias], risco pra gente e pra elas, e ela acabava morrendo depois. Na temporada das baleias, a gente para de pescar na região e fica mais pra terra. Faz adequação da modalidade de pesca”, disse.

O pescador, que hoje também atua no trabalho de observação das baleias na região, enviou ao G1 um vídeo que fez de uma jubarte em um “espetáculo” no banco de Abrolhos, no ano passado.

“É uma região espetacular, ela [baleia] dá show, se exibe, brinca. Faz dó ver morta, a gente está acostumado a ver viva. É bem curiosa, chega perto, do lado da embarcação. Aqui ela se sente em casa. Saltos, batidas de peitoral, ela se exibe, dá show”.
Milton Marcondes explica um pouco sobre esse aumento da população. “Nos 2000, eram 3 mil jubartes no Brasil. Hoje, a estimativa é de mais 20 mil. Em 20 anos, elas cresceram muito. Ela era muito caçada e a população foi muito reduzida. Aqui no Brasil, a gente tem como base o número delas em 1800 eram 27 mil, mais ou menos. Elas foram caçadas, a caça foi interrompida na década de 60, e não sabemos o número exato que ficou, mas estima-se que sobraram 800. Foram tomadas varias ações para proteger as jubartes e deu certo”, disse.

Estima-se que as jubartes vivam até os 60 anos. Monitoradas pelo projeto, algumas já são conhecidas dos pesquisadores. Todo ano voltam para acasalar ou reproduzir. “Tem baleia que a gente conhece desde 1988, já adulta, que tem mais de 30 anos [hoje]”, disse Milton Marcondes.

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BAHIA

Força Total reforça policiamento na Bahia nesta terça-feira (30)

Ação utiliza toda a frota e os recursos disponíveis da corporação.

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Crédito: Divulgação

As equipes da Polícia Militar atuam nas ruas com o emprego máximo do efetivo desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (30), nos 417 municípios baianos, durante a 24ª edição da Operação Força Total.

A intensificação das ações contra a criminalidade, com a realização de abordagens preventivas, tem o objetivo de ampliar o policiamento no estado, apreender drogas e armas de fogo, além do cumprimento de mandados de prisão expedidos pela justiça.

O reforço, inclusive com o emprego do efetivo administrativo nas ruas, utiliza toda a frota e os recursos disponíveis da corporação, a exemplo de viaturas, motocicletas, bases móveis, aeronaves e drones.

Nas últimas 23 edições da Força Total, a operação realizou apreensão de um total de 505 armas de fogo, 805 prisões em flagrante e cumprimento de 310 mandados de prisão em todo o estado.

Conteúdo Correio

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Trabalhadores da rede estadual de educação paralisam atividades por 48 horas na Bahia

Categoria rejeitou proposta de 5,69% de reajuste nos salários, com pagamentos fracionados, feita pela Secretaria de Educação.

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Foto: Reprodução/TV Bahia

Os trabalhadores da rede estadual de educação paralisaram as atividades nesta segunda-feira (29), por 48 horas, após rejeitarem a proposta de 5,69% de reajuste nos salários, com pagamentos fracionados, feita pela Secretaria de Educação da Bahia (SEC).

A decisão foi tomada pela categoria na quinta-feira (25), durante uma assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB). Com isso, as escolas da rede estadual da Bahia não terão aulas nesta segunda e na terça (30).

A categoria pede 10% de reajuste, seguindo o percentual unificado pela Federação da Entidades Sindicais dos Servidores Públicos. Segundo a APLB, a proposta do governo foi rejeitada por 90% dos funcionários que votaram.

Além do reajuste, a categoria pede:

  • a restruturação de planos de carreiras;
  • pagamento imediato da 3ª parcela dos precatórios Fundo de Desenvolvimento da Educação Fundamental (Fundef), que seria encaminhado para a votação na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) em abril deste ano, com previsão de pagamento para o mesmo mês, o que não aconteceu.

Em nota, a Secretaria de Educação da Bahia informou que está aberta para negociar com o sindicato e que as escolas estão abertas durante o período da paralisação.

Conteúdo G1

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Acidente grave em Pedra do Cavalo provoca interdição em trecho da BR-101

Até a divulgação dessa notícia não havia informações sobre vítimas.

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Um acidente grave envolvendo uma carreta-baú foi registrado na noite desta sexta-feira, 26, no trecho da BR-101 na região de Pedra do Cavalo.

Uma carreta envolvida na batida ficou atravessada na pista e acabou provocando interdição nos dois sentidos da rodovia. Até a divulgação dessa notícia não havia informações sobre vítimas.

FORTE NA NOTÍCIA

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