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SAÚDE

Com contrato da Bahiafarma suspenso, SUS pode ter déficit de 50% no estoque de insulina

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A suspensão dos contratos com sete grandes laboratórios públicos para produção de 19 medicamentos pelo Ministério da Saúde pode gerar um déficit de 50% nos estoques de insulina do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Isso porque a Bahiafarma, um dos laboratórios, é responsável pela produção de metade da quantidade consumida em todo país. A informação é da assessoria da instituição. Nesta terça-feira (16), o ministério colocou 18 medicamentos e uma vacina advindos das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) em “processo de suspensão”.

Quando confrontado sobre como isso prejudicaria o abastecimento à população, o ministério afirmou que vem realizando compras desses produtos por outros meios previstos na legislação. “A medida, portanto, não afeta o atendimento à população. A maior parcela das PDPs em fase de suspensão sequer chegou a fase de fornecimento do produto”, afirmou em nota. No entanto, a Bahiafarma diz que o processo de compra desses medicamentos demora no mínimo 6 meses, e pode chegar a 11 meses de espera.

Outra questão são os valores investidos. De acordo com o laboratório, por meio das PDPs, a pasta investe hoje R$ 10,35 por dose de 10ml do medicamento. O mesmo fármaco, comprado pelo Ministério de outro fornecedor, custa aos cofres públicos R$ 26,55 por dose de 10 ml. De acordo com o próprio Ministério da Saúde, o número de pessoas com diabetes no Brasil em 2018 era de 12,5 milhões, o que corresponde a 7% da população. Entre 2006 e 2016 o número de diabéticos cresceu 61,8% no país.

Além da insulina, outros medicamentos suspensos servem para o tratamento de doenças como o parkinson e o câncer, por exemplo. Ao todo, a economia que os PDPs proporcionaram nos últimos oito anos, de acordo com a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (Alfob), foi de R$ 20 bilhões. Segundo a Bahiafarma, cada comprimido de Cloridrato de Sevelâmer, medicamento utilizado no tratamento de doenças renais crônicas, por exemplo, era comprado por R$ 6,70, em média, antes da assinatura da PDP, em 2013. Hoje, esse preço é de R$ 1,55 – e são produzidos cerca de 70 milhões de comprimidos por ano para abastecer o SUS.

Ao todo, segundo uma reportagem publicada pelo Estadão, associações apontam uma perda de R$ 1 bilhão ao ano para o setor. Cerca de 30 milhões de pessoas dependem desses medicamentos. Além da Alfob, também se pronunciaram sobre o caso a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a própria Bahiafarma. “A decisão afeta não apenas os milhões de pacientes que dependem dos medicamentos e vacinas que tiveram as PDPs suspensas – o que pode causar problemas de desabastecimento –, mas também ameaça todos os demais acordos do gênero no setor, vigentes e futuros, além de inflacionar os preços dos produtos para a saúde adquiridos pelo ministério e distribuídos para a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse o laboratório em nota publicada nesta sexta-feira (19) pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia.

Desde 2018, a Bahiafarma está na expectativa para lançar uma nova fábrica de insulina em Dias D’Ávila, com altíssima complexidade, que pode tornar o país um dos poucos a dominar a tecnologia de produção de insulinas no mundo. Perguntado pelo Bahia Notícias se a decisão do Ministério da Saúde interferiria nessa parceria ou na construção dessa fábrica, o laboratório informou que não. “O fornecimento ao SUS seria interrompido por ora, mas os planos maiores não mudam. Até porque a ideia da fábrica não é apenas atender a demanda do ministério, mas ir ao mercado privado, exportar e tudo mais”, completou a nota.

A decisão do Ministério ainda não é definitiva. No documento de esclarecimento sobre a suspensão, a pasta afirma que desde 2015, 46 PDPs passaram por processos de suspensão e atualmente 87 parcerias estão vigentes.

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SAÚDE

Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país

O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

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Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chama atenção para alta das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza A, o vírus da gripe. O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

Nas últimas quatro semanas, do total de casos de síndromes respiratórias, 54,9% foram por vírus sincicial e 20,8% por influenza A. Entre as mortes, os dois vírus são os mais presentes. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.

Desde o início de 2024, foram registrados 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave no país.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para a importância da vacinação contra a gripe, em andamento no país, como forma de evitar as formas graves da doença. “A vacina da gripe, como a vacina da covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode resultar numa internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, alerta, conforme publicação da Fiocruz.

De acordo com o levantamento, 20 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de aumento de SRAG no longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Agência Brasil

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SAÚDE

Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países

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O Brasil passou a integrar um grupo internacional de monitoramento dos diferentes tipos de coronavírus. A rede de laboratórios, chamada de CoViNet, tem como objetivo identificar novas cepas que possam representar riscos para a saúde pública, além de buscar se antecipar a uma nova pandemia. 

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países e é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início da pandemia de covid-19. O Brasil é representado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

No final de 2023, a OMS decidiu ampliar e consolidar a rede formada durante a pandemia e lançou uma chamada para laboratórios de todo o mundo. O laboratório do IOC/Fiocruz foi um dos selecionados para compor a CoViNet. 

Segundo o IOC/Fiocruz, os dados gerados pelo CoViNet irão orientar o trabalho dos Grupos Técnicos Consultivos sobre Evolução Viral (TAG-VE) e de Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) da Organização, garantindo que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas.

Metro1

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SAÚDE

Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no país, diz Fiocruz

Quadro é decorrente do crescimento de diferentes vírus respiratórios.

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Foto: BBC

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28) aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.

De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, explicou.

Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.

“Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.

Mortalidade

A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.

Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Agência Brasil

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