SAÚDE
Em um mês, apenas uma nova vaga do Mais Médicos foi efetivamente ocupada em área que atende 17 mil indígenas
Em dezembro de 2018, o G1 publicou um levantamento que apontava uma área com 17 mil indígenas era atendida por apenas um médico, no Amazonas. A área em questão é o Distrito Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Parintins, responsável por atender 120 aldeias. Em um mês, o número de médicos na região subiu de um para dois médicos.
Ainda existem 12 vagas em abertas para o Dsei do Baixo Amazonas. Um nova etapa de inscrições, prevista para os dias 23 e 24 de janeiro, será aberta e destinada a profissionais brasileiros formados no exterior.
Ao longo desse mês, o Dsei de Parintins chegou a receber demanda “fora do comum” para preenchimento de vagas, segundo o diretor do distrito, José Augusto. Mas a maioria dos interessados sequer se apresentou. Outros chegaram a visitar zonas indígenas, mas abriram mão da vaga.
“Essa semana mesmo um rapaz que se apresentou há um tempo e passou cerca de dez dias numa região indígena voltou à nossa sede [do Dsei de Parintins] e disse que a vaga ‘não estava dentro das suas expectativas'”, relata o diretor.
A sede do Distrito fica no município de Parintins, localizado a 534 km de Manaus, e é possível chegar lá por barco ou avião. Mas os médicos que se candidatam às vagas têm pela frente desafio muito maior.
“É complicada a situação. As áreas são de difícil acesso. Quando os nossos médicos cubanos precisaram sair do programa, 12 vagas abriram. Mais de quatro pessoas se apresentaram. Mas é isso… Nem todos querem ficar. Por isso, efetivados, só temos dois”
Em tese, acontece um rodízio para que médicos consigam atender outros quatro municípios atendidos pelo Dsei. Entre eles, espalham-se, em zonas de difícil acesso, as 120 aldeias indígenas. Pela região, segundo dados do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi), índios de 46 etnias diferentes recebem atendimento no distrito.
Nem toda aldeia é de fácil acesso e isso reflete diretamente na permanência ou não de um candidato para assumir a vaga no tratamento de indígenas. José Augusto usa como exemplo o caso de um médico, já idoso que, independente da vontade de trabalhar com saúde indígena, não conseguiu se adaptar.
“Um dos que se apresentou vai ter que ser desligado. Ele tem 66 anos e tem dificuldade de mobilidade. Não tem como trabalhar em área indígena. ele entrou para a área, caiu da escada do barco e, ao invés de atender, precisou ser transferido para o hospital. É muito complicado”. comentou.
SAÚDE
Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país
O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.
O Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chama atenção para alta das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza A, o vírus da gripe. O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.
Nas últimas quatro semanas, do total de casos de síndromes respiratórias, 54,9% foram por vírus sincicial e 20,8% por influenza A. Entre as mortes, os dois vírus são os mais presentes. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.
Desde o início de 2024, foram registrados 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave no país.
O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para a importância da vacinação contra a gripe, em andamento no país, como forma de evitar as formas graves da doença. “A vacina da gripe, como a vacina da covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode resultar numa internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, alerta, conforme publicação da Fiocruz.
De acordo com o levantamento, 20 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de aumento de SRAG no longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
Agência Brasil
SAÚDE
Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus
A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países
O Brasil passou a integrar um grupo internacional de monitoramento dos diferentes tipos de coronavírus. A rede de laboratórios, chamada de CoViNet, tem como objetivo identificar novas cepas que possam representar riscos para a saúde pública, além de buscar se antecipar a uma nova pandemia.
A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países e é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início da pandemia de covid-19. O Brasil é representado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
No final de 2023, a OMS decidiu ampliar e consolidar a rede formada durante a pandemia e lançou uma chamada para laboratórios de todo o mundo. O laboratório do IOC/Fiocruz foi um dos selecionados para compor a CoViNet.
Segundo o IOC/Fiocruz, os dados gerados pelo CoViNet irão orientar o trabalho dos Grupos Técnicos Consultivos sobre Evolução Viral (TAG-VE) e de Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) da Organização, garantindo que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas.
Metro1
SAÚDE
Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no país, diz Fiocruz
Quadro é decorrente do crescimento de diferentes vírus respiratórios.
O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28) aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.
O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.
De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, explicou.
Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.
“Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.
Mortalidade
A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.
Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).
Agência Brasil
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