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SAÚDE

Quase 20% da população sofre com problemas de coluna

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Pode ir começando a relaxar os ombros antes de ler essa reportagem. Mantenha a cabeça e a coluna ereta caso você esteja lendo isso por meio de um aparelho celular. Se estiver em um computador, e não for pedir demais, tem como manter os antebraços e as mãos em linha reta sobre a mesa? Obrigado. É importante que você se mantenha assim até o final dessa leitura se não quiser fazer parte das 27 milhões de pessoas de 18 anos ou mais de idade que têm um problema crônico de coluna. O número corresponde a 18,5% da população brasileira.

Que fique claro que você não vai desenvolver isso da noite pro dia, de uma leitura para outra, mas se você não tiver cuidado e não policiar sua postura, mais tarde, você pode entrar nas estatísticas acima, fruto da Pesquisa Nacional de Saúde Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 2013, como parte da Pesquisa Nacional de Saúde.

A pesquisa revela também que nas regiões do país os resultados apresentaram estimativas semelhantes, como no Norte, Sudeste e Centro-Oeste, onde foi registrado o mesmo patamar médio de 16,9%, e no Nordeste, com 19,2%. Apenas o Sul mostrou proporção de casos diagnosticados de problema crônico de coluna superior à média nacional, 23,3%. Uma nova pesquisa será divulgada pelo o IBGE em 2019.

Crise
A supervisora de planejamento Acácia Vieria, 42 anos, estava no sétimo mês de gestação, à espera da sua primeira filha. O barrigão, naturalmente, exigia certo esforço, como, por exemplo, para levantar e sentar. Mas Acácia não imaginava, no entanto, que durante a execução de um desses deslocamentos corriqueiros, perderia completamente o movimento do corpo por alguns minutos.

Ela ficou com o corpo completamente paralisado ao tentar levantar da cama; uma dor tinha tomado todo o seu corpo e não era possível mover um dedo sequer. A preocupação era com a gestação e ela chegou até a procurar ajuda de uma obstetra. Mas, o diagnóstico que veio por meio de uma ressonância magnética feita após a gravidez revelou que Acácia sofria de uma hérnia de disco lombar.

“Eu fiz os exames e foi verificado uma leve protusão na coluna. Depois disso, a lesão desencadeou as crises. Você trava e não consegue se mexer, convivo com isso há 22 anos, quando tive a primeira crise, ainda grávida”, conta.

Depois do primeiro sinal do problema, Acácia passou a conviver com as crises. A última foi no início do mês de junho. As dores foram tão fortes que ela precisou ficar internada durante 20 dias e até tomar morfina para aliviar o sofrimento.

O que sabe-se é que a hérnia pode ser causada tanto por problemas hereditários, agravados por uma má postura, ou por um trauma causado por uma queda, um acidente. No caso da Acácia, o mais provável é que fatores hereditários possa ter contribuído para o surgimento do problema, já que boa parte dos seus familiares, em algum momento da vida, já sofreram com o mal.

A gravidez, afirma o fisioterapeuta do esporte e professor do curso de fisioterapia da Universidade Salvador (Unifacs), Clício Alves, também pode ser um dos motivos do agravamento do problema de saúde.

“Com o desenvolvimento no feto na barriga da mãe, há uma série de alterações no corpo da mulher, como, por exemplo, a mudança do eixo de gravidade da coluna, devido ao inchaço”, explica Clício.

O crescimento das mamas e a expansão do útero também contribuem para a má postura. Essa alteração pode ter causado na paciente uma postura incorreta e, consequentemente, uma fraqueza muscular.

Hérnia
Tente imaginar a formação da nossa coluna vertebral, não como um emaranhado de ossos, mas como uma estrutura dividida entre quatro partes, cada uma delas com uma quantidade de vértebras. A primeira região seria a cervical, ali em cima, no pescoço; a lombar, no meio, na região da cintura; a sacro, no quadril, e, por último, o cócix, bem no finalzinho, no início das nádegas.

Entre cada vértebra da nossa coluna, temos uma estrutura fibrosa, redonda, com uma abertura no meio, não à toa chamamos de disco. Dentro dela, há um material gelatinoso, que ajuda na nossa locomoção e nos movimentos mais simples, como ir para frente, para trás, para um lado e para o outro.

A hérnia de disco surge, segundo o fisioterapeuta Bruno Souza, quando essa estrutura fibrosa é rompida e o material gelatinoso dentro dela, chamado de núcleo pulposo, vaza, deixando a estrutura bem menor do que era. Isso causa um processo degenerativo que, posteriormente, pode causar no paciente uma hérnia de disco.

“Quando isso acontece na região dorsal, as dores vão se irradiar para os membros inferiores. Quando é na cervical, pode refletir nos membros superiores, para os braços, região do tronco”, explica.

Voltando ao caso da Acácia, o diagnóstico apontou que a hérnia teria sido causada por um protusão lombar que afetou o nervo ciático. A protusão é quando esse material gelatinoso não vaza para fora do disco, mas é capaz de aumentá-lo de tamanho.

“A hérnia está ligada desde a um trauma, uma queda, um acidente de carro, ou até mesmo a problemas psicoprofissionais, aqueles emocionais. Uma pessoa deprimida, por exemplo, com uma depressão muito grande, pode desenvolver uma má postura por sempre andar cabisbaixa, isso pode gerar uma sobrecarga nas articulações, gerando uma protusão da escápula, uma hérnia de disco ou até mesmo uma escoliose”, acrescenta Bruno.

Dores agudas e crônicas
Se você sofre com dores na coluna é bom ficar sabendo que, antes de ser feito o diagnóstico da causa, você precisa entender se a dor é aguda ou crônica, assim a avaliação médica fica mais fácil. Por exemplo: as dores agudas na coluna não costumam demorar mais que três semanas, já a crônica pode se estender até 90 dias.

Mas é preciso lembrar que tanto as dores agudas quanto as crônicas precisam da mesma atenção, até porque, dependendo dos fatores que causam as dores agudas, elas podem, em determinado estágio, avançar para o crônico. Ainda de acordo com o fisioterapeuta Bruno, as dores agudas é o principal alerta que o corpo dá para dizer que você precisa procurar um tratamento

Lombalgia
Tente lembrar como foi o seu dia anterior. Certamente, você passou maior parte dele sentado, em frente a um computador ou grudado ao celular. Mas o pior é que, enquanto seu corpo estava em repouso, sua cabeça estava arqueada para baixo, correto?
Bom, talvez isso possa contribuir para o surgimento daquela dorzinha chata que nasce na região lombar, entre as costelas e o cóccix. Esse incômodo é chamado de lombalgia e, quando não tratado, pode contribuir para o surgimento de um problema mais sério, como a hérnia.

Ainda de acordo com fisioterapeuta Bruno Souza, as dores lombares surgem tanto em pessoas mais novas, quanto as mais velhas. É comum, inclusive, explica ele, que você desenvolva a lombalgia sem ter nenhum problema na coluna em si. As dores é um alerta de que naquela região há uma fadiga muscular.

“Principalmente naquelas pessoas que passam muito tempo sentadas. Isso acaba agredindo muito essa região da coluna lombar, principalmente no finalzinho da coluna” explica.

Além da má postura, a grande vilã, o fisioterapeuta Clício aponta outras causas para o surgimento do problema, como o levantamento de um peso de forma errada na academia e um movimento mal executado no dia a dia. “Essa dor lombar é multifatorial, pode desenvolver um espasmo na musculatura paravertebral, gerando uma crise, uma sobrecarga mecânica”, acrescenta.

Tratamento
Um dos tratamentos que podem ajudar no combate às dores lombares e, em casos mais graves, aliviá-las, é a quiropraxia. Uma técnica utilizada por profissionais para investigar e tratar de problemas como dores na coluna lombar, problemas nas articulações dos cotovelos joelhos e ombros.

O profissional utiliza técnicas manuais com contato direto com o paciente para “ajustar” as articulações. E mais ou menos assim assim: o fisioterapeuta, por meio de toques com mãos, identifica os problemas do paciente. Depois daí, é iniciado uma série de movimentos que vão dando conta de colocar tudo no lugar.

“Primeiro é feito um questionário, com perguntas e respostas para entender qual é a origem da dor. É com base nesse diagnóstico que vamos estabelecer uma série de menores, uns ajustes a serem feitos. Associados a isso vamos fazer correções e, posteriormente, reeducá-lo para atividades do dia-a-dia”, explica Alan Dantas, sócio-diretor da Clínica Cuidar, é fisioterapeuta com formação em quiropraxia.

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SAÚDE

Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país

O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

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Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chama atenção para alta das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza A, o vírus da gripe. O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

Nas últimas quatro semanas, do total de casos de síndromes respiratórias, 54,9% foram por vírus sincicial e 20,8% por influenza A. Entre as mortes, os dois vírus são os mais presentes. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.

Desde o início de 2024, foram registrados 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave no país.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para a importância da vacinação contra a gripe, em andamento no país, como forma de evitar as formas graves da doença. “A vacina da gripe, como a vacina da covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode resultar numa internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, alerta, conforme publicação da Fiocruz.

De acordo com o levantamento, 20 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de aumento de SRAG no longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Agência Brasil

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SAÚDE

Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países

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O Brasil passou a integrar um grupo internacional de monitoramento dos diferentes tipos de coronavírus. A rede de laboratórios, chamada de CoViNet, tem como objetivo identificar novas cepas que possam representar riscos para a saúde pública, além de buscar se antecipar a uma nova pandemia. 

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países e é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início da pandemia de covid-19. O Brasil é representado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

No final de 2023, a OMS decidiu ampliar e consolidar a rede formada durante a pandemia e lançou uma chamada para laboratórios de todo o mundo. O laboratório do IOC/Fiocruz foi um dos selecionados para compor a CoViNet. 

Segundo o IOC/Fiocruz, os dados gerados pelo CoViNet irão orientar o trabalho dos Grupos Técnicos Consultivos sobre Evolução Viral (TAG-VE) e de Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) da Organização, garantindo que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas.

Metro1

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SAÚDE

Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no país, diz Fiocruz

Quadro é decorrente do crescimento de diferentes vírus respiratórios.

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Foto: BBC

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28) aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.

De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, explicou.

Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.

“Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.

Mortalidade

A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.

Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Agência Brasil

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