Após 24 horas de uma intensa operação da Polícia Militar nos bairros do Calabar e Alto das Pombas, em Salvador, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, e o comandante da PM, Paulo Coutinho, apresentaram um balanço da ação. O gestor da segurança pública do estado ainda admitiu que a guerra entre facções é a principal responsável pela violência na Bahia.

Guerra entre facções na Bahia

O gestor da segurança pública do estado admitiu ainda que a guerra de facções é a principal responsável pela violência no estado

“A gente cada vez mais percebe que a guerra de facções é o principal responsável pela criminalidade, pela violência em nosso estado, e por isso mesmo, nós temos realizado ações cirúrgicas e pontuais, reforçando o policiamento e a inteligência, e os meios pra que a gente possa cada vez mais inibir ações como essa é a política do terror que eles querem implementar no nosso estado”, disse Werner.

Somente nas últimas 24h, sete suspeitos foram mortos em confronto com policiais, além disso, 14 armas, sendo seis fuzis, foram apreendidas.

Werner ainda comentou informações sobre parcerias entre facções criminosas de atuação nacional com organizações do crime de âmbitos locais.

“Isso é uma tendência nacional. É uma realidade nacional. As grande facções do país vem se associando cada vez mais com facções locais. Isso não é uma exclusividade da Bahia. A associação ocorre para o fornecimento de drogas e armas, e dessa forma, facções nacionais acabam transmitindo o ‘modus operandi’ para as facções locais.”

Segundo o secretário, a operação foi planejada ainda na sexta-feira, após uma facção criminosa divulgar imagens de seu poder bélico.

“Essa operação vem sendo idealizada após a notícia que circulou na redes sociais na sexta à tarde onde uma facção fazia demonstração de poderio bélico. Estamos com trabalho de enfrentamento e também com ações transversais por uma promoção social de paz e tranquilidade”, disse Werner.

Oito presos e armas apreendidas

A operação ainda apreendeu três granadas e oito pistolas, além de drogas e munição. Oito pessoas foram presas e 17 reféns libertados na ação em resposta aos embates entre facções que ocorreram na região durante o final de semana. Ainda de acordo com PM, equipes seguem com policiamento reforçado nas duas localidades.

“Estamos com reforços de policiamento desde o dia de ontem. Temos inteligência percorrendo todos aqueles logradouros para colher mais informações”, disse o coronel Paulo Coutinho.

O comandante da PM disse ainda que a intervenção ocorreu após uma tentativa de afronta à população local.

“De maneira ousada, eles [criminosos] tentaram afrontar e subjugar a população local. Então nós tivemos que fazer uma intervenção”, disse o coronel Paulo Coutinho.

“Não haverá lugar ao crime, não tentem intimidar agentes estatais e a população”, disse Paulo Coutinho, que em seguida pediu para a população colaborar com as denúncias.

Sete mortes em 24 horas

Além da morte de cinco suspeitos confirmados pela polícia, na segunda-feira (4), após uma troca de tiros próximo a Rua Teixeira Mendes, a principal do Alto das Pombas, mais duas mortes ocorridas ainda na segunda-feira foram confirmadas nesta terça (5).

A sexta morte, ocorreu na região da Federação, após um novo confronto de suspeitos com guarnições do Batalhão de Choque e Companhia Independente da região.

A sétima morte foi registrada no início da noite de segunda-feira, após militares do Batalhão de Patrulhamento Tático Móvel (BPatamo) entrarem em confronto com suspeitos, também na região da Federação. Um novo suspeito ficou ferido e não resistiu. Nos dois casos, a polícia apreendeu pistolas com os suspeitos.

• Cinco suspeitos mortos em confrontos com policiais da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT)/Rondesp Atlântico na Rua Teixeira Mendes, no Alto das Pombas – três fuzis, duas pistolas, duas granadas apreendidos.
• Um suspeito morto em confronto com Batalhão de Choque e agentes da 41ªCIPM, na região da Federação – Uma pistola foi apreendida.
• Um suspeito morto em confronto com Batalhão de Patrulhamento Tático Móvel (BPatamo), na região da Federação – Uma pistola foi apreendida.

Intervenção federal

Questionado sobre uma possibilidade de intervenção federal na segurança pública, o secretário Marcelo Werner negou a possibilidade.

“De forma alguma. A gente mostra pelas ações realizadas ao longo deste ano, as ações de inteligência, demonstram que estamos fazendo frente e melhorando as ações do nosso estado”, disse, antes de apresentar números sobre apreensões e criminalidade no estado.

Governador reúne cúpula da Segurança Pública

Ainda na manhã desta terça-feira (5), o governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT), se reuniu com a cúpula da Segurança Pública no estado.

Além do secretário da SSP, Marcelo Werner, do comandante da PM, Paulo Coutinho, do subsecretário da SSP, Marcel Oliveira e da delegada-chefe da Polícia Civil, Heloisa Brito, participaram da reunião, o vice-governador Geraldo Júnior, e os secretários da Casa Civil, Afonso Florence, da Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, e de Comunicação, André Curvello.

De acordo com o secretário da SSP, Marcelo Werner, o governador cobrou metas e ações que envolvam outras área do governo durante o encontro.

“Ele está sempre acompanhando, dando as diretrizes, estabelecendo metas, pedindo pra que nós façamos ações pontuais, de inteligência de integração, e que sejam promovidas em relação a complexidade que é a segurança pública e que envolvam outras secretarias, porque como a gente costuma dizer: polícia é segurança pública, mas segurança pública não é só polícia”, disse.

Conteúdo G1