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Um em cada três brasileiros já compartilharam informações falsas

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Às vezes, o conteúdo chega assinado por uma personagem conhecida. Parece notícia, mas é informação fraudada. Fake news. E pelo menos 33% dos brasileiros reconhecem que já foram enganados e compartilharam algum tipo de informação falsa nas redes sociais, aponta o estudo Datacitizens – A era da Pos Privacidade.

Daqui a uma semana, a disputa eleitoral no Brasil estará superada, com a realização do segundo turno da disputa presidencial. Mas um dos grandes assuntos relacionados ao pleito deste ano deve permanecer no centro das discussões por mais algum tempo. A disseminação da desinformação – que tomou conta do debate eleitoral – não deve se encerrar com a apuração da última urna no próximo domingo, apontam especialistas.

Se uma em cada três pessoas já difundiu involuntariamente informações fraudadas, o número dos que reconhecem já ter se deparado com a situação no mundo digital é maior. Neste caso, 71% da população recorda ter se deparado com algum tipo de desinformação, passada como se fosse notícia, enquanto 17% se dizem indiferentes ao assunto. Apenas 6% garantem não ter se deparado com nenhum tipo de fake news, indica o estudo, realizado a partir de conversas com 1 mil pessoas durante seis dias.

Fonte de informação
Para 82% dos entrevistados, as redes sociais hoje são fontes de informação, e não apenas um meio para se reconectar com antigos amigos ou parentes distantes. Apenas 15% dos usuários das redes sociais dizem não saber o que são fake news, de acordo com o estudo.

“A pesquisa mostra como as pessoas encaram a questão das falsas notícias e os cuidados que tentam adotar para não se desinformarem”, explica a diretora de marketing da MindMiners, Danielle Almeida. A MindMiners é uma startup brasileira especializada em pesquisas digitais, responsável pela realização do Datacitizens – A era da Pos Privacidade, em parceria com a Unimark Longo e o Vilarinho Advogados.

Existe uma preocupação com o uso das fake news como ferramenta de manipulação das pessoas. E quase metade dos entrevistados admitem ter dificuldades para identificar notícias falsas. Isso apesar de a leitura do conteúdo até o final e a verificação da fonte de informação serem procedimentos adotados por 77% dos entrevistados. “As pessoas acreditam que tomam os devidos cuidados em relação às fake news, mas ainda assim, acabam caindo. Isso indica que estes cuidados podem não ser suficientes”, avalia Danielle Almeida.

Segundo ela, um aspecto que chamou a atenção no levantamento foi que a susceptibilidade a se enganar com informações que parecem verdadeiras independe da faixa etária. “Nós temos a tendência de imaginar que as pessoas com mais idade teriam mais dificuldades de lidar com a tecnologia e, por isso, estariam mais suscetíveis às fake news que os mais jovens, entretanto a pesquisa mostra que o problema é generalizado”, afirma.

A maior parte da população (60%) acredita que a responsabilidade por identificar e eliminar a desinformação é das plataformas que abrigam as redes sociais, enquanto 15% esperam que o próprio usuário faça isso e 6% acreditam que esta deveria ser uma incumbência do poder público. Para 87%, as redes sociais deveriam oferecer um botão onde fosse possível sinalizar que determinada informação publicada é na verdade uma informação fraudada.

“Apesar das preocupações, o que as pessoas demonstram não ter a intenção de fazer é sair das redes sociais. O desejo é o de tornar aquele ambiente mais seguro, não de abandona-lo”, explica Danielle Almeida.

É diferente de boato
Um erro bastante comum em relação às fake news é o de compara-las aos boatos, ou mesmo a reportagens jornalísticas mal apuradas. Para a jornalista e colunista do CORREIO, Malu Fontes, professora da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/Ufba), existe uma intencionalidade de enganar nas fake news, que as diferenciam de boatos. “Boatos e lendas urbanas são totalmente diferente das fake news, que são um processo recente e se caracterizam como uma fraude informativa”, diz.

A diferença é que no caso das fake news há uma intencionalidade em enganar, explica Malu. Neste caso, o próprio termo fake news se mostra inapropriado para definir o processo, acredita a professora. “Se é fake não pode ser news. Fake news é uma expressão que se nega, porque a notícia se vincula com a realidade. Uma informação fraudada, deturpada intencionalmente, não pode ser chamada de notícia”, acredita Malu Fontes. Para ela, o melhor seria se utilizar a ideia de “desinformação”, a exemplo do que já acontece em outros lugares do mundo. Os americanos utilizam a palavra “desinformation”, diz. “Quando se inventa uma realidade que não existe, o que se tem é uma fraude”, aponta.

Mas por que então o apelo das notícias falsas é tão grande? Primeiro porque se utiliza a mesma fórmula da notícia verdadeira, responde Malu Fontes. “Muitas vezes se utiliza a fórmula da notícia. Utilizam-se o texto jornalístico, em sites cujos endereços e o próprio layout se assemelham ao de sites de informação reais e, muitas vezes, parte das informações são verdadeiras”, destaca.

Entretanto, para a professora de comunicação, há quem compatilhe informações falsas sabendo disso pelo que chama de “pensamento desejoso”. Algo muito comum na disputa eleitoral, mas não apenas nela. “Às vezes há um desejo de confirmar algo e a notícia falsa cumpre este papel”, diz.

Pesquisador defende mudanças no Zap
Uma pesquisa em 347 grupos públicos de WhatsApp mostrou que 56% das imagens publicadas na rede são falsas, tiradas de contexto ou sem apoio em fatos. Responsável pela análise das informações, o pesquisador Pablo Ortellado, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP), defende a necessidade de mudanças na rede social.

Para Ortellado, que é um estudioso das chamadas fake news, a rede social precisa reduzir o número de reenvios de informação, o alcance da transmissão, além de limitar o tamanho de novos grupos. “Acompanhando os grupos pudemos observar que a dinâmica de divulgação das informações combina uma organização piramidal e em rede. As campanhas utilizam a transmissão, a capacidade de enviar a mesma mensagem para até 256 contatos, para distribuir a mensagem para os militantes”, explicou o professor através do seu Twitter.

Ortellado acredita que a formatação atual permite que as mensagens em apenas dois passos sejam distribuídas para “centenas de milhares” de pessoas, “numa campanha de desinformação em grande escala”.

“Pedimos ao WhatsApp que restrinja a capacidade de transmissão do aplicativo, que limite a 5 o número de reenvios, como já acontece na Índia e que limite o tamanho de novos grupos”, defende o pesquisador.

Segundo ele, o WhatsApp rejeitou a proposta feita por ele, que defende a alteração ainda durante o atual processo eleitoral. Como exemplo de que a ferramenta poderia ser modificada rapidamente, ele lembra a mudança que foi implementada em outros países.

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Governo mantém aplicação de provas do ‘Enem dos Concursos’ em todo o Brasil

Havia a possibilidade de adiamento por conta dos temporais que atingiram o Rio Grande do Sul.

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Foto: Freepik/Reprodução

O governo federal anunciou que vai manter o Concurso Nacional Unificado (CNU), conhecido como “Enem dos Concursos”. As provas serão aplicadas neste domingo (5) em todo o país.

A confirmação foi dada nesta quinta-feira (2), após reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros no Palácio do Planalto, em Brasília.

Desde o início dos temporais que atingiram o Rio Grande do Sul, houve a possibilidade de mudança da data. Mais cedo, o governo federal reconheceu situação de calamidade pública no estado.

“O governo federal envidará todos os esforços para garantir, no Rio Grande do Sul, a participação dos candidatos, em diálogo com as autoridades federais, estaduais e municipais competentes”, informou o Ministério da Gestão e da Inovação.

Os temporais que atingem o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (29) já causaram 31 mortes e tiraram mais de 14,5 mil pessoas fora de casa. No total, 147 cidades sofreram algum tipo de prejuízo.

Conteúdo G1

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INSS pagou R$ 193 milhões a 17 mil mortos, diz CGU

O número foi divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Metrópoles.

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Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O INSS pagou R$ 193 milhões a beneficiários com indicativo de óbitos entre janeiro de 2019 e junho de 2023. De acordo com a Controladoria Geral da União (CGU), os pagamentos foram feitos a 17,7 mil pessoas com óbito registrado em bases de dados governamentais. Apenas no mês de junho de 2023, foram identificados pagamentos a 2.950 beneficiários com registro de óbito, num total de R$ 5,5 milhões.

A fiscalização da CGU apontou que 75% dos pagamentos continuaram sendo realizados até três meses depois do registro do óbito no Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc) e no Sistema de Controle de Óbitos (Sisob). Os dados são checados ainda junto às bases do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) da Receita Federal.

O número foi divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Metrópoles. A auditoria cruzou os dados da chamada Maciça do INSS, a atualização periódica na folha de pagamento do instituto, com os dados do Sisob e so Sirc.

“A partir do cruzamento desses dados, identificaram-se 17.738 beneficiários na Maciça cujo CPF do titular consta nessas bases como falecido, envolvendo 18.747 benefícios que totalizam R$ 193.136.813,11 em pagamentos pós-óbito”, diz o relatório.

No período analisado, a CGU aponta o crescimento no volume de pagamentos feitos pelo INSS a beneficiários mortos de 2019 a 2022, com queda em 2023. Foram pagos R$ 35,3 milhões em 2019, R$ 41,7 milhões em 2020, R$ 42 milhões em 2021 e R$ 46 milhões em 2022, com redução para R$ 27,6 milhões no ano passado.

Como causas dos pagamentos indevidos, a CGU apontou a falha na rotina automatizada de tratamento de óbitos e falhas no sistema Dataprev. “Ressalta-se a importância da utilização de outras fontes de informação, por exemplo, a base do CadSUS, que possibilitam a identificação de óbito e funcionam como mecanismos complementares nos casos em que o tempo entre o registro do óbito no Cartório e no Sirc seja extenso”, sugeriu a CGU.

Bahia Notícias

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Rio Grande do Sul decreta estado de calamidade pública por conta das cheias

A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado na noite desta quarta-feira (1º).

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Foto: TV Globo/Reprodução

O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública nesta quarta-feira (1º) pelos “eventos climáticos de chuvas intensas”. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado.

O decreto destaca que o Rio Grande do Sul é atingido por chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade, sendo classificados como desastres de Nível III – caracterizados por danos e prejuízos elevados.

Com a entrada em vigor, fica decretado que órgãos e entidades da administração pública estadual prestarão apoio à população nas áreas afetadas. Acrescenta que poderá ser encaminhada solicitação semelhante por municípios, que serão avaliadas e homologadas pelo Estado.

O Decreto deve vigorará por 180 dias segundo o governo do Rio Grande do Sul.

Chuva histórica

O governador do Rio Grande do Sul disse nesta quarta que o temporal que atinge a região desde segunda-feira (29) “será o maior desastre do estado”. Eduardo Leite (PSDB) comparou a situação com as tragédias de 2023, que mataram dezenas de pessoas, e admitiu a dificuldade de resgatar todas as pessoas afetadas.

A manifestação foi feita durante entrevista coletiva na sede da Defesa Civil, em Porto Alegre. Os temporais já deixaram 10 mortos, 21 desaparecidos e 11 feridos, segundo a Defesa Civil. O último boletim informou 4,4 mil desalojados e desabrigados no estado.

Uma 11ª vítima, uma adolescente de 17 anos, teve o corpo localizado pela Polícia Civil após um deslizamento de terra em Santa Maria, na Região Central do RS. A identidade dela não foi divulgada. A morte ainda não consta no balanço da Defesa Civil.

“Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates, porque está muito mais disperso nesse evento climático que a gente está vivenciando. E com dificuldades, porque ali as chuvas não cessam. O estado tem tido dificuldades para acessar as localidades”, disse Leite.

O governador pediu que as pessoas que vivem nas cidades afetadas saiam de casa, porque as forças de segurança não conseguem chegar a todos os locais para resgate.

O governo anunciou ainda a suspensão das aulas na rede pública estadual. A medida vale na quinta (2) e na sexta-feira (3) em escolas de todo o Rio Grande do Sul.

Ao todo, foram registrados problemas em 107 municípios, afetando 19.110 pessoas. A previsão do tempo alerta para risco de chuva por, pelo menos, mais 36 horas no RS.

Ajuda federal

Na terça (30), Leite chegou a pedir “urgência” da ajuda federal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Força Aérea enviou helicópteros, mas o resgate foi difícil em razão das condições climáticas. Lula afirmou que visitará o Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (2).

“É um momento de enfrentamento como de uma guerra, que não tem um inimigo a ser combatido, mas que tem obstáculos críticos para serem superados”, falou Leite.

Em três eventos climáticos no ano passado, o estado registrou 75 mortes. A tragédia no Vale do Taquari, em setembro, deixou 54 vítimas. A mesma região está sendo atingida pelos temporais desta semana, que também ocorrem no Vale do Rio Pardo, Vale do Caí e Região Central do estado, em Santa Maria.

“[Em 2023] Nós tivemos uma enxurrada, mas, em seguida, o tempo nos deu condição de entrar em campo para fazer socorro, resgate e salvar centenas de vidas naquelas condições. Neste momento, nós estamos tendo muitas dificuldades operacionais para colocar as equipes em campo”, afirmou o governador.

Barragens

Eduardo Leite ainda falou do risco de rompimento da barragem Quatorze de Julho na Serra do RS.

“Caso continuem as chuvas, nós podemos ter um risco real de rompimento dessa barragem. Municípios que são afetados são Cotiporã, São Valentim, Santa Bárbara, Santa Teresa, Muçum”, alertou.

O estado tem um plano de evacuação da região, segundo Leite.

Conteúdo G1

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