Tapas no rosto e até ameaça com fuzil. O primeiro mês de 2018 ainda não chegou ao final, mas já está marcado por casos de agressões policiais que foram registradas em vídeo na Bahia. Duas delas, inclusive, aconteceram justamente quando a vítima precisava de mais cuidados: dentro de unidades de saúde.

O primeiro exemplo? Sábado, 13 de janeiro. Uma guarnição da 37ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Liberdade) é acionada para conter uma acompanhante de gestante que, supostamente, estaria causando confusão na porta da maternidade Tsylla Balbino, na Baixa de Quintas. Durante a discussão entre agentes e suspeita, um dos membros da viatura dá um tapa no rosto da mulher, que é colocada na parte traseira da viatura em seguida.

No mesmo final de semana da situação acima, acontece outra bastante parecida. Um policial militar fardado é filmado em total descontrole agredindo várias pessoas com tapas e até apontando seu fuzil para uma multidão. Dessa vez, tudo aconteceu no município de Saubara, a 110 quilômetros de Salvador.

O agressor foi identificado pelas testemunhas como o sargento Delsuc Rodrigues dos Santos, fato não confirmado pela corporação. Ele ainda teria danificado alguns carros e se irritado ainda mais quando percebeu que estava sendo filmando. As imagens começaram a circular nas redes sociais no dia 16 de janeiro.

Apenas dois dias depois e…mais agressão. Em Licínio de Almeida, a 660 quilômetros de Salvador, a diferença é que os policiais também apanharam. O vídeo exibe o momento que um grupo conversa com dois agentes. Um dos civis mais exaltados está de camisa verde e é agredido por um dos PMs com um tapa no rosto.

Após o primeiro soco, um dos envolvidos na confusão parte para cima do outro militar, que está apenas de cassetete e também acaba apanhando. Depois de muita conversa, o grupo se dispersa.

O último caso segue o mesmo roteiro do primeiro, acontecido na Liberdade. Uma mãe procura atendimento para seu filho na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no bairro de Itapuã, em Salvador, quando é surpreendida pelo militar que faz a segurança da unidade e começa a ser agredida, inclusive verbalmente. Ele não gosta de ser filmado e bate no celular da vítima, que é expulsa do local. As imagens foram divulgadas no dia 22 de janeiro.

O QUE DIZ A PM

A assessoria de imprensa da Polícia Militar da Bahia se pronunciou, sempre por meio de nota, sobre três dos quatro vídeos mostrados acima. No caso na Liberdade, disse, houve desacato à guarnição. A corporação pontuou ainda que um inquérito administrativo foi instaurado na corregedoria para apurar os fatos.

A mesma explicação foi dada para as situações acontecidas tanto em Saubara, quanto em Itapuã. A polícia foi enfática ao dizer que, em todos os casos, utilizaria as imagens para punir ou não os investigados. Já sobre a situação em Licínio de Almeida, os questionamento da equipe do Aratu Online não foram respondidos até o fechamento desta matéria.

Aratu Online.