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Católicos LGBT organizam movimento para reivindicar mais espaço na Igreja

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Mulher com mulher é pecado? Os padres viviam dizendo a Cristiana Serra que sim. O coração dela indicava que não, mas quem ela era para bater de frente com o que lhe convenciam ser a vontade de Deus? “Só no final da adolescência pude finalmente chamar meu primeiro amor pelo nome certo. Até então, tinha sido um sofrimento inexplicável por causa da minha ‘melhor amiga’.”

Cristiana é lésbica. Não vê isso como opção. É orientação sexual. Lésbica e ponto. É também católica praticante, do tipo que faz questão de comungar (receber a hóstia). Uma fé que, para ela, nunca esteve aberta a negociações.

Só que a homossexualidade é condenada pelo Vaticano, o que faria dela uma pecadora aos olhos de Deus. Ela já acreditou nesse papo. Não mais.

Hoje Cristiana, 44, não vê nada de errado em frequentar a missa e a Parada Gay. Presidente da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT, liderou em junho o segundo encontro do coletivo, numa casa franciscana em São Paulo.

Da reunião saiu um manifesto para difundir a proposta “com todas as pessoas que são excluídas da Igreja e/ou da sociedade em virtude de sua identidade de gênero e/ou orientação sexual”.

O grupo comemora pequenos avanços, como um texto do mês passado em que o Vaticano, pela primeira vez, usa a sigla LGBT (de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). Trata-se de documento preparatório para um encontro de bispos que discutirá, em outubro, “os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

Diz o texto: “Jovens LGBT desejam […] experimentar uma atenção maior por parte da Igreja, enquanto algumas conferências episcopais perguntam-se sobre o que propor aos jovens que em vez de formar casais heterossexuais decidem constituir casais homossexuais e, acima de tudo, desejam estar perto da Igreja”.

Luís Corrêa Lima, padre jesuíta e professor de teologia da PUC-RJ, apontou o ineditismo em artigo. “Francisco é o primeiro pontífice a utilizar publicamente o termo gay, dando-lhe também conotação positiva: ‘Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para a julgar’? Anos depois, ampliou a pergunta: ‘Quem somos nós para julgar?’ Ou seja, também os outros devem se abster de julgamento. Chamar o outro como ele (ou ela) quer ser chamado é sinal de respeito.”

Para Cristiana, essa “imagem progressista” do papa não é precisa. “Questionamos muito a atitude de esperar que o papa mude alguma coisa, como se tivéssemos de aguardar algum tipo de autorização vinda do alto da hierarquia para podermos ser Igreja. Isso nós já somos.”

Mas Francisco tem o mérito de defender uma Igreja que “se dirija às periferias existenciais”, diz. “Essa atitude tem mudado todo o clima da Igreja. Não à toa, de dois anos pra cá, surgiram oficialmente quatro pastorais da diversidade no país.”

Duas ficam em Belo Horizonte. Vigário na capital mineira, o padre Marcus Mareano, 34, afirma que a reação de conservadores foi feroz. “Esse grupos são maldosos.” Um deles, Fratres in Unum, publicou um texto intitulado “a agenda gayzista promovida a todo vapor na Arquidiocese”.

Inter-religioso, o encontro de junho teve convidados como Lilyth Ester Grove, antropóloga judia e transgênero, que disse que em seu caso “quando era bicha ok”, ao menos se comparado à “ousadia” de ser uma judia trans.

O reverendo Cristiano Valério, de fé protestante, rejeitou a imagem de “um Deus homem branco, cisgênero e velho”, ainda que pintado como “tão bonzinho que também aceita as bichas e os viados”.

Para Cristiana Serra, “não faz sentido” a Igreja excluir e ferir. “Cristo andava com os piores pecadores, os maiores párias da sociedade. Numa sociedade que acreditava que quem andasse com pessoas ‘impuras’ tornava-se ‘impuro’ também… Era com esses que Ele andava. Como será a Igreja desse Cristo? Uma que condena ou que acolhe e ama incondicionalmente?”.

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Petição pelo fim do abate de jumentos reúne quase 35 mil assinaturas

O abate dos animais foi regulamentado no Brasil em 2016.

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Crédito: Reprodução

A polêmica sobre a liberação do abate de jumentos ganhou mais um capítulo. Entre janeiro e abril deste ano, uma petição que exige o fim do abate dos animais reuniu 34.502 assinaturas. Ativistas da causa animal defendem que os jumentos são vítimas de maus-tratos e correm o risco de entrar em extinção. Depois do abate, o couro dos jumentos é exportado para a China, enquanto que a carne é enviada para o Vietnã.

O abate de jumentos para a exportação no Brasil começou em 2016, a partir de um acordo entre o Governo Federal e a China. Ao longo dos anos, três frigoríficos, inspecionados pela União, foram autorizados a realizar o abate na Bahia. A prática já aconteceu nas cidades de Amargosa, Itapetinga e Simões Filho. Hoje, apenas a primeira cidade tem estabelecimento autorizado, de acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri).

A ativista e advogada Gislaine Brandão, da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos (FNDJ), afirma que os animais são vítimas de maus-tratos durante a espera para o abate e o deslocamento até o frigorífico. Existe ainda uma preocupação com o risco sanitário de disseminação da doença de mormo, que pode infectar animais e pessoas.

“Já não se tem mais jumentos hoje em dia na Bahia como antigamente. Os poucos que tem são capturados. Não existe cadeia produtiva de jumentos. Eles são comprados a preço baixo e vendidos para os frigoríficos”, diz. Na China, o couro da espécie é utilizado para a produção do eijao – produto amplamente utilizado na medicina tradicional asiática.

A inspeção é feita pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Em setembro de 2018, cerca de 200 jumentos foram encontrados mortos em Itapetinga, em decorrência de maus-tratos na fazenda de criação da empresa chinesa Cuifeng Lin. Eles seriam abatidos no Frigorífico Regional Sudoeste, que ainda realiza abates de outras espécies.

Três meses após o episódio, a Justiça da Bahia proibiu, em caráter liminar, o abate de jumentos em frigoríficos na Bahia. A solicitação foi feita por cinco entidades de defesa dos animais, que entraram com uma ação civil pública contra a União e o estado da Bahia. Em setembro de 2019, o Tribunal Regional Federal (TRF) voltou a autorizar o abate dos animais.

A fiscalização dos processos que compõem o abate dos animais é de competência das esferas estadual e federal. A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, vinculada à Seagri, inspeciona os locais onde os jumentos ficam armazenados e o transporte. Já o Ministério da Agricultura e Pecuária fiscaliza os frigoríficos.

“A atividade é regular, legal, legítima e autorizada pelo Ministério da Agricultura. A Adab fez uma regulamentação de trânsito dessa situação, através de uma portaria de 2020, que disciplina o trânsito interno para o abate dos animais para a preservação da espécie”, diz Carlos Augusto Spinola, diretor de defesa animal da Adab.

A reportagem tentou entrar em contato com a prefeitura de Amargosa, onde o abate é realizado, através da assessoria de imprensa, mas não houve resposta.

Conteúdo Correio

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Anderson Leonardo, cantor do Molejo e ícone do pagode dos anos 1990, morre aos 51 anos

Pagodeiro se tratava contra um câncer na região inguinal desde 2022.

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Foto: Reinaldo Marques/Globo

Ícone do pagode dos anos 1990, Anderson Leonardo, de 51 anos, do grupo Molejo, morreu nesta sexta-feira (26), 1 ano e meio após um diagnóstico de câncer na região inguinal. A informação foi confirmada pela assessoria do cantor e pelo perfil oficial do grupo.

“Nosso guerreiro ANDERSON LEONARDO lutou bravamente, mas infelizmente foi vencido pelo câncer, mas será sempre lembrado por toda família, amigos e sua imensa legião de fãs, por sua genialidade, força e pelo amor aos palcos e ao MOLEJO. Sua presença e alegria era uma luz que iluminava a vida de todos ao seu redor, e sua falta será profundamente sentida e jamais esquecida, nós te amamos”, diz a mensagem postada em uma rede social.

Mais conhecido como Anderson Molejão, por causa da conexão com o grupo Molejo, o cantor fez história com seus sucessos animados e bem-humorados.

Nascido no Rio de Janeiro, Anderson é um dos formadores do grupo carioca de pagode, junto com Andrezinho, Claumirzinho, Lúcio Nascimento, Robson Calazans e Jimmy Batera.

Anderson estava internado no Hospital Unimed, na Barra da Tijuca, e seu quadro vinha piorando desde domingo (21).

Conteúdo G1

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Erupção de vulcão faz Indonésia elevar grau de perigo e emitir alerta de tsunami

Cerca de 11 mil pessoas foram obrigadas a abandonar a áreas de risco, nesta quarta-feira (17).

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Foto: AFP Photo/Centro de Vulcanologia e mitigação de riscos geológicos/PVMBK

A erupção de um vulcão na Indonésia levou o país a emitir um alerta para risco de tsunami, na noite de quarta-feira (17). As autoridades também elevaram o nível de alerta para o Monte Ruang para o mais alto diante do aumento das atividades vulcânicas.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram raios e relâmpagos de cor roxa acima do vulcão. Uma nuvem de cinzas de quase 3 km de altura também se formou. Veja no vídeo acima.

A montanha registrou ao menos cinco grandes erupções nas últimas 24 horas. As autoridades temem que parte do monte caia no mar e provoque um tsunami. Algo semelhante foi registrado em 1871.

Além disso, em 2018, a erupção do vulcão Anak Krakatoa na Indonésia provocou um tsunami ao longo das costas de Sumatra e Java, depois de partes da montanha caírem no mar. À época, mais de 400 pessoas morreram e milhares ficaram feridas.

Nesta quarta-feira, cerca de 11 mil pessoas foram retiradas de áreas de risco. O governo pediu para que moradores e turistas fiquem a uma distância de pelo menos 6 km do vulcão.

O Monte Ruang fica em uma ilha remota no norte da Indonésia. A agência de vulcanologia havia alertado na segunda-feira (15) que a atividade do vulcão tinha aumentado após dois terremotos registrados nas últimas semanas.

A Indonésia registra atividades sísmicas e vulcânicas frequentes por sua localização no “Anel de Fogo do Pacífico”. O país tem cerca de 120 vulcões ativos.

Conteúdo G1

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