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SAÚDE

Coronavac é eficaz contra variantes do coronavírus, diz estudo chinês

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A Coronavac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, é eficaz contra a maioria das variantes do coronavírus Sars-CoV-2 conhecidas e com potencial de maior preocupação, diz estudo conduzido na China.

Os anticorpos produzidos pela vacina foram capazes de bloquear igualmente a ação da forma ancestral do vírus chinesa e das variantes D614G (a primeira mutação a surgir do vírus), B.1.1.7 (britânica) e B.1.429 (californiana). No caso das variantes P.1 (de Manaus), B.1.351 (sul-africana) e B.1.526 (nova-iorquina), a vacina se mostrou eficaz, mas foram produzidos menos anticorpos neutralizantes, de um quarto a um quinto dos que foram detectados para as outras cepas.

O estudo foi publicado na forma de correspondência -um artigo breve, porém revisado por pares- na última edição da Lancet, uma das mais prestigiosas revistas científicas, na última quinta (27).

No Brasil, a Coronavac é produzida em uma parceria da empresa com o Instituto Butantan, em São Paulo, e ela responde por cerca de 6 em cada 10 doses de imunizante aplicadas no Brasil.

Para avaliar a medida de proteção conferida pelo fármaco, os pesquisadores colheram amostras de sangue de 93 profissionais de saúde saudáveis antes e depois de serem imunizados com as duas doses da Coronavac. As amostras do soro (porção do sangue contendo os anticorpos) foram testadas contra pseudovírus (réplicas artificiais do vírus) contendo as mutações de cada uma das formas do patógeno.

Como era de esperado, o sangue pré-vacinação não apresentou nenhum anticorpo neutralizante contra o Sars-CoV-2. Já entre as amostras dos indivíduos imunizados, 76% continham anticorpos capazes de neutralizar o vírus “selvagem” (ancestral).

Essa taxa, no entanto, caiu consideravelmente quando testado contra três das variantes, a P.1 (só 34% das amostras neutralizaram essa variante), nova-iorquina (26%) e sul-africana (5%). Segundo os autores, isso se deve à mutação E484K, comum a essas três variantes, que são conhecidas por reduzir significativamente a ação de anticorpos neutralizantes específicos contra essas variedades.

No entanto, é importante destacar que os anticorpos neutralizantes são apenas uma forma de proteção conferida por vacinas, e outras, como a imunidade celular, podem também atuar. Os autores afirmam que, assim como as vacinas de mRNA (RNA mensageiro, caso de Pfizer e Moderna), as vacinas de vírus inativado têm sido eficazes em proteger contra as formas do vírus em circulação, incluindo as VOCs (variantes que causam preocupação).

Quanto à variante P.1, embora a Coronavac tenha produzido menos anticorpos capazes de neutralizá-la, a proteção ainda assim se confirmou. Outros estudos, incluindo um desenvolvido por pesquisadores do Instituto Butantan, mostraram um potencial da vacina em proteger contra a variante de Manaus.

Outras vacinas em uso também apresentaram redução na capacidade de neutralização in vitro contra formas do vírus, mas, em estudos de eficácia na vida real (efetividade), todas as vacinas têm se mostrado eficazes em reduzir casos graves e óbitos da Covid, incluindo na África do Sul, onde a B.1.351 é predominante.

Como o estudo foi feito em laboratório, é importante continuar monitorando a ação das vacinas na população, especialmente nas regiões onde formas do vírus contendo a mutação E484K, como o Brasil, para avaliar a proteção da vacina.

Em Serrana, cidade do interior de São Paulo, um estudo conduzido pelo Instituto Butantan com o objetivo de avaliar a eficácia da Coronavac contra a variante P.1 já foi concluído. Os resultados devem ser apresentados nos próximos dias, segundo o diretor do instituto, Dimas Covas.

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SAÚDE

Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país

O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

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Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chama atenção para alta das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza A, o vírus da gripe. O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

Nas últimas quatro semanas, do total de casos de síndromes respiratórias, 54,9% foram por vírus sincicial e 20,8% por influenza A. Entre as mortes, os dois vírus são os mais presentes. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.

Desde o início de 2024, foram registrados 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave no país.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para a importância da vacinação contra a gripe, em andamento no país, como forma de evitar as formas graves da doença. “A vacina da gripe, como a vacina da covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode resultar numa internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, alerta, conforme publicação da Fiocruz.

De acordo com o levantamento, 20 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de aumento de SRAG no longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Agência Brasil

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Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países

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O Brasil passou a integrar um grupo internacional de monitoramento dos diferentes tipos de coronavírus. A rede de laboratórios, chamada de CoViNet, tem como objetivo identificar novas cepas que possam representar riscos para a saúde pública, além de buscar se antecipar a uma nova pandemia. 

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países e é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início da pandemia de covid-19. O Brasil é representado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

No final de 2023, a OMS decidiu ampliar e consolidar a rede formada durante a pandemia e lançou uma chamada para laboratórios de todo o mundo. O laboratório do IOC/Fiocruz foi um dos selecionados para compor a CoViNet. 

Segundo o IOC/Fiocruz, os dados gerados pelo CoViNet irão orientar o trabalho dos Grupos Técnicos Consultivos sobre Evolução Viral (TAG-VE) e de Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) da Organização, garantindo que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas.

Metro1

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Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no país, diz Fiocruz

Quadro é decorrente do crescimento de diferentes vírus respiratórios.

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Foto: BBC

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28) aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.

De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, explicou.

Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.

“Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.

Mortalidade

A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.

Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Agência Brasil

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