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SAÚDE

Inca: mulheres agiram corretamente ao adiar consultas durante pandemia

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A quarentena imposta pelo novo coronavírus levou muitas mulheres brasileiras a deixar de ir ao ginecologista ou ao mastologista para fazer prevenção ou tratamento do câncer de mama. É o que revela a pesquisa Câncer de mama: o cuidado com a saúde durante a quarentena, feita pelo Ibope Inteligência para a empresa Pfizer entre os dias 11 e 20 de setembro, por plataforma online. Foram ouvidas 1.400 mulheres na faixa etária de 20 a mais de 60 anos, das classes A,B e C, moradoras da cidade de São Paulo, do Distrito Federal e das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, de Belém, Porto Alegre e do Recife.

De acordo com a sondagem, 62% das entrevistadas não foram a seus médicos durante o isolamento social, por medo de contrair a covid. Com isso, deixaram de fazer exames de rotina que poderiam ajudar na prevenção da doença. No grupo considerado de risco, que abrange as maiores de 60 anos, 73% afirmaram estar esperando o fim da pandemia para marcar uma consulta ou realizar exames de rotina.

A chefe de Coordenação de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), Liz Almeida, afirmou que as mulheres que não foram aos médicos durante o isolamento social agiram de forma correta. “Elas tiveram toda a razão de não sair de casa”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou que se a mulher é assintomática, sem qualquer sinal da doença, o fato de ela adiar um exame de detecção precoce de câncer, no caso o câncer de mama, não vai ter grandes impactos em sua vida. A orientação da OMS se destina a todas as mulheres da faixa preconizada que deveriam estar fazendo os exames para detecção precoce de câncer, que são aquelas entre 50 anos e 69 anos de idade.

Mamografia

Liz Almeida informou que a orientação do Ministério da Saúde é que mulheres entre 50 e 69 anos devem fazer um exame mamográfico a cada dois anos. “Então, você tem dois anos para fazer esse exame. A OMS considera que alguns meses não vão provocar grandes desastres nessa detecção”. Advertiu, entretanto, que se a mulher observar qualquer sinal ou sintoma na sua mama, a orientação da OMS é examente o contrário. “Não espere um único dia. Saia de casa e procure um profissional de saúde para ser examinada e fazer todos os exames que ele pedir. Então, as mulheres não terem saído de casa foi absolutamente correto”.

Segundo informou o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, levantamento feito pela instituição verificou que houve redução de 84% de exames de mamografia durante a pandemia, este ano, em comparação ao ano passado. Ele destacou que as mulheres não devem, porém, deixar de procurar os serviços médicos quando têm algum sintoma. “Principalmente aquelas que já têm diagnóstico de câncer, para não interromper o tratamento, tomando todos os cuidados, como uso de máscara, entre outros”.

De acordo com estimativa do Inca, são esperados para este ano, no Brasil, 66.280 novos casos de câncer de mama. A instituição, vinculada ao Ministério da Saúde, informou que 17.572 mulheres morreram de câncer de mama no país em 2018. Como os serviços médicos estão voltando a funcionar com a flexibilização das atividades, a recomendação de Liz Almeida é que as mulheres remarquem seus exames. “É falsa a ideia de que as mulheres vão morrer disso”, assegurou, referindo-se aos meses em que deixaram de ir ao ginecologista ou mastologista. “É uma fake news”.

Mulheres jovens

A médica do Inca observou que são raros os casos de câncer de mama em mulheres mais jovens e, em geral, eles acontecem quando há ligação com fatores hereditários. “Normalmente, são cânceres mais agressivos. Mas eles são raros”, reiterou. Por isso, disse não fazer sentido mandar mulheres entre 30 e 39 anos fazer exames de rotina para detecção de câncer de mama porque se descobriria um único caso entre centenas de mulheres. Isso não é bom porque a radiação é fator de risco para o câncer de mama. Além disso, se formariam filas desnecessárias que retardariam o exame para quem realmente precisa.

Luiz Augusto Maltoni disse ainda que não há comprovação científica de que mulheres mais jovens apresentem câncer de mama mais agressivos. “Na realidade, não faz sentido sair fazendo rastreamento para mulheres abaixo de 50 anos”. Advertiu, por outro lado, que se uma mulher, mesmo jovem, apresentar sintomas, como nódulos, secreção pela mama, tem que procurar um serviço médico especializado e fazer os exames necessários para elucidar o caso. “Mas não uma chamada para rastreamento”.

Liz Almeida explicou que o rastreamento foi uma estratégia criada para evitar mortes. Ele envolve mamografia, biópsia e entrada no tratamento, com o objetivo de detectar precocemente o câncer de mama para que a mulher possa começar rapidamente o tratamento e fazer a cirurgia, após a confirmação da doença pela biópsia. As mulheres mais jovens têm mama mais densa, mais fibrosa, enquanto as mais velhas, que estão na menopausa, têm mama adiposa. Por isso, a chance de erros na mamografia de mulheres mais jovens é maior. Mas se uma mulher de faixa etária inferior a 50 anos sentir algo diferente em seus seios, deve correr para o médico, recomenda.

Atenção aos corpos

A orientação geral é que as mulheres prestem atenção aos seus corpos. Ao sinal de qualquer caroço ou mancha escura na mama, ou ainda de mudança no ritmo intestinal, por exemplo, deve ir ao médico porque deve ser uma lesão benigna. “Mas não paga para ver”, orientou a chefe da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca. “Vai lá, marca a sua consulta e faz o exame”.

A pesquisa mostra que apesar do movimento Outubro Rosa, que alerta para a prevenção do câncer de mama, existir há mais de 15 anos há ainda grande desinformação. Do total de mulheres entrevistadas, 63% não sabem que a amamentação é fator de proteção contra a doença. “A amamentação é fator que reduz o risco do câncer de mama”, lembrou Liz. A prática protege a criança de uma série de doenças, na medida em que a mãe está passando para ela seus anticorpos. “Cadê o instinto materno dessas mulheres?”, indagou a médica.

A pesquisa revela também que 37% das mulheres acreditam que o câncer só é desenvolvido por quem já teve caso na família. Liz Almeida afirmou que essa é “outra lenda”. Explicou que é verdade que existe um fator hereditário para todos os tipos de câncer, mas isso ocorre normalmente com uma parcela pequena da população. No caso do câncer de mama, isso representaria entre 5% e 10%. “Então, você vê que 90% a 95% não têm nada a ver com isso”.

Segundo a pesquisa, a prevenção à doença ainda é tardia entre as brasileiras. Embora 72% das mulheres consultadas disseram ir regularmente ao ginecologista ou ao mastologista,pelo menos uma vez por ano, e 75% relataram que conversam com seu médico sobre a importância de realizar exames periódicos, uma entre quatro representantes do sexo feminino disse não falar com o médico sobre prevenção e 12% não costumam abordar o assunto.

Este ano, o Ministério da Saúde centralizou a série de eventos alusivos ao Outubro Rosa. No próximo dia 8, está prevista entrevista coletiva da diretora-geral do Inca, Ana Cristina Pinho Mendes Pereira, sobre o câncer de mama.

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SAÚDE

Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país

O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

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Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chama atenção para alta das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza A, o vírus da gripe. O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

Nas últimas quatro semanas, do total de casos de síndromes respiratórias, 54,9% foram por vírus sincicial e 20,8% por influenza A. Entre as mortes, os dois vírus são os mais presentes. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.

Desde o início de 2024, foram registrados 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave no país.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para a importância da vacinação contra a gripe, em andamento no país, como forma de evitar as formas graves da doença. “A vacina da gripe, como a vacina da covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode resultar numa internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, alerta, conforme publicação da Fiocruz.

De acordo com o levantamento, 20 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de aumento de SRAG no longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Agência Brasil

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SAÚDE

Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países

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O Brasil passou a integrar um grupo internacional de monitoramento dos diferentes tipos de coronavírus. A rede de laboratórios, chamada de CoViNet, tem como objetivo identificar novas cepas que possam representar riscos para a saúde pública, além de buscar se antecipar a uma nova pandemia. 

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países e é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início da pandemia de covid-19. O Brasil é representado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

No final de 2023, a OMS decidiu ampliar e consolidar a rede formada durante a pandemia e lançou uma chamada para laboratórios de todo o mundo. O laboratório do IOC/Fiocruz foi um dos selecionados para compor a CoViNet. 

Segundo o IOC/Fiocruz, os dados gerados pelo CoViNet irão orientar o trabalho dos Grupos Técnicos Consultivos sobre Evolução Viral (TAG-VE) e de Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) da Organização, garantindo que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas.

Metro1

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SAÚDE

Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no país, diz Fiocruz

Quadro é decorrente do crescimento de diferentes vírus respiratórios.

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Foto: BBC

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28) aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.

De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, explicou.

Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.

“Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.

Mortalidade

A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.

Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Agência Brasil

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