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SAÚDE

Médico alerta para riscos da tuberculose pulmonar não tratada

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No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, comemorado ontem (24), a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) alerta a população que a doença, quando não diagnosticada e tratada ou quando o tratamento é suspenso, pode provocar complicações em outros órgãos do corpo, entre as quais a tuberculose geniturinária, uma das consequências mais graves da tuberculose pulmonar.

O presidente da SBU, Alfredo Canalini, explicou à Agência Brasil que, no país, a porta de entrada do bacilo de Koch, causador da tuberculose, é o pulmão. Na grande maioria das vezes, a doença começa com uma infecção pulmonar que pode provocar alguns sintomas que o paciente acaba negligenciando, como febre, tosse persistente e perda de peso.

“Esse bacilo de Koch, na medida em que ele vai colonizando o pulmão, os gânglios linfáticos, ele pode chegar até a corrente sanguínea. Quando isso acontece, ele pode se alojar em diferentes partes do corpo”, disse. As consequências podem ser tuberculose óssea e tuberculose urinária. A tuberculose pode ser prevenida com a vacina BCG nos recém-nascidos.

No caso da tuberculose urinária, Canalini informou que, como o rim é um órgão extremamente vascularizado, a chance de ser acometido por essa doença é muito grande, em função da carga de sangue que recebe. A tuberculose atinge, em primeiro lugar, o tecido do rim, sem gerar, a princípio, nenhum problema para o paciente urinar.

“Só que, na medida em que a doença no rim vai crescendo, aquela bactéria vai se reproduzindo e pode começar a ser expelida através da urina. Chega ao sistema coletor, que é onde a urina produzida pelo rim vai sendo conduzida até a bexiga e, aí, os problemas urinários podem começar a acontecer”, indicou.

Quando há sintomas, podem ocorrer dor ao urinar, dor na região lombar, sangue na urina, micção frequente, infecção urinária de repetição e febre. Esses sintomas, entretanto, costumam demorar a aparecer.

Campanha

Segundo Canalini, os problemas lembram muito as queixas de uma cistite comum. Muitas vezes, o paciente pensa que é uma inflamação da bexiga comum e, inclusive, até os profissionais da atenção primária vão medicar como se fosse uma cistite e não atentam para a possibilidade de ser uma tuberculose urinária.

Caso o paciente não seja atendido por um urologista que peça os exames para detectar a tuberculose, o que pode acontecer é a doença evoluir e destruir o ureter, a bexiga e, no caso do homem, pode provocar um abcesso nos testículos.

“É uma doença que, se não for tratada da maneira adequada, pode, inclusive, provocar a morte do paciente”. O presidente da SBU lembrou que, quando a tuberculose não tinha tratamento, muitas pessoas morriam. Hoje, há tratamento.

Por isso, a campanha que a SBU está fazendo visa levar as pessoas a pensarem na possibilidade de diagnóstico em pacientes que apresentam queixas urinárias e não melhoram com os tratamentos que seriam usados em situações mais corriqueiras, como uma cistite simples.

Em segundo lugar, a finalidade é advertir a população que, no momento em que o diagnóstico da tuberculose é feito, o tratamento tem que ser realizado com uma disciplina muito rígida.

“O paciente tem que seguir as recomendações do médico. Ele não pode abandonar o tratamento no meio. Isso é uma situação com que, às vezes, a gente se depara. O paciente começa o tratamento e, ao fim do terceiro mês, decide abandonar o tratamento. Daqui a alguns anos, estará com uma tuberculose urinária”, disse.

O tratamento dura seis meses e tem que ser feito até o fim, mesmo que os sintomas tenham desaparecido. É que o fim dos sintomas não significa, necessariamente, que a doença esteja totalmente debelada. A medicação está disponível nos serviços públicos de saúde e é dada de graça. “O paciente tem que aderir ao tratamento e seguir rigorosamente as recomendações do médico”, frisou o especialista.

Infecção específica

Nas mulheres, além do aparelho urinário, a tuberculose geniturinária pode afetar trompas, endométrio e ovários, causar infertilidade, doença inflamatória pélvica, amenorreia ou aumento do fluxo menstrual.

A doença tem incidência entre 7,1% e 15% dos casos de tuberculose pulmonar. Canalini esclareceu que, na medicina, a tuberculose é chamada de infecção específica. Isso quer dizer que as reações que o bacilo de Koch causa, nenhum outro bacilo provoca.

Outro aspecto é que, na tuberculose urinária, há complicações decorrentes da infecção e, ao longo do tratamento, o paciente tem que ser acompanhado por um urologista porque o processo de cicatrização das lesões pode gerar problemas.

“A gente tem que ficar atento e acompanhar esse paciente durante todo o processo de tratamento porque, à medida que aquelas lesões vão cicatrizando, elas podem gerar uma obstrução do ureter, que é um tubo fininho que leva a urina do rim até a bexiga”, disse. Essa obstrução é desfeita por meio de cirurgia.

Ele acrescentou que o paciente só pode ser submetido a um tratamento definitivo quando a doença estiver curada e debelada. As sequelas serão tratadas depois.

Fatores de risco

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou, em 2019, 73.864 casos novos da doença (35 por 100 mil habitantes). Esse número caiu, em 2020, para 66.819 casos novos de tuberculose, o que corresponde a uma incidência de 31,6 casos por 100 mil habitantes. A queda pode ter sido consequência da pandemia de covid-19.

Diabetes, tabagismo e doenças que diminuem a imunidade (como Aids) podem facilitar a infecção pelo bacilo de Koch. O presidente da SBU afirmou, ainda, que o tabagismo é a principal causa de morte evitável no planeta, responsável por uma série de problemas como enfisema pulmonar, câncer de pulmão e câncer de bexiga.

Para o paciente que é tabagista, tem enfisema e adquire tuberculose, “isso é um potencializador da gravidade do problema e da insuficiência respiratória que ele pode ter”. A tuberculose é mais comum entre o sexo masculino, além de pessoas em situações vulneráveis, como profissionais de saúde, moradores de rua e indivíduos privados de liberdade.

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SAÚDE

Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país

O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

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Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chama atenção para alta das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza A, o vírus da gripe. O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

Nas últimas quatro semanas, do total de casos de síndromes respiratórias, 54,9% foram por vírus sincicial e 20,8% por influenza A. Entre as mortes, os dois vírus são os mais presentes. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.

Desde o início de 2024, foram registrados 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave no país.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para a importância da vacinação contra a gripe, em andamento no país, como forma de evitar as formas graves da doença. “A vacina da gripe, como a vacina da covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode resultar numa internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, alerta, conforme publicação da Fiocruz.

De acordo com o levantamento, 20 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de aumento de SRAG no longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Agência Brasil

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SAÚDE

Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países

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O Brasil passou a integrar um grupo internacional de monitoramento dos diferentes tipos de coronavírus. A rede de laboratórios, chamada de CoViNet, tem como objetivo identificar novas cepas que possam representar riscos para a saúde pública, além de buscar se antecipar a uma nova pandemia. 

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países e é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início da pandemia de covid-19. O Brasil é representado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

No final de 2023, a OMS decidiu ampliar e consolidar a rede formada durante a pandemia e lançou uma chamada para laboratórios de todo o mundo. O laboratório do IOC/Fiocruz foi um dos selecionados para compor a CoViNet. 

Segundo o IOC/Fiocruz, os dados gerados pelo CoViNet irão orientar o trabalho dos Grupos Técnicos Consultivos sobre Evolução Viral (TAG-VE) e de Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) da Organização, garantindo que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas.

Metro1

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Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no país, diz Fiocruz

Quadro é decorrente do crescimento de diferentes vírus respiratórios.

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Foto: BBC

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28) aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.

De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, explicou.

Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.

“Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.

Mortalidade

A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.

Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Agência Brasil

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