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SAÚDE

Olho seco: entenda por que as pessoas estão piscando cinco vezes menos

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O primeiro sintoma veio há dois anos: olhos ressecados. O empresário e corretor de seguros Marcelo Matos, 46 anos, trabalha diariamente com o celular e o computador – fora o uso nas horas livres. “Eu fico com celular o dia todo e, segundo meu oftalmologista, eu pisco muito pouco. Isso dificulta a lubrificação e sinto esse ardor”, explica.

O primeiro diagnóstico foi há dois anos. De lá para cá, passou a usar um colírio lubrificante quatro vezes ao dia. Na semana passada, voltou a se consultar com o oftalmologista e a prescrição do medicamento continuou. “Quando eu utilizo, não sinto nada. Mas, se eu esquecer, os olhos ardem bastante”.

Marcelo não está sozinho – a situação é muito frequente, devido ao aumento do uso de dispositivos eletrônicos. Uma pesquisa da Johnson & Johnson Vision revelou que esse uso tem feito com que as pessoas cheguem a piscar cinco vezes menos.

Embora seja involuntário, piscar é essencial para que as pessoas tenham conforto na visão. Em condições normais, um olho chega a piscar oito mil vezes por dia – ou seja, entre cinco e seis vezes por minuto. Nesse cenário, o olho ressecado pode piscar uma vez por minuto.

No consultório do oftalmologista Amilton Sampaio, presidente da Sociedade Baiana de Oftalmologia (Sofba), é comum que pacientes cheguem com essa queixa. Foi assim com o empresário e corretor Marcelo, que é atendido por ele. “Além disso, o ambiente com ar-condicionado contribui para o ressecamento”, diz o médico.

Segundo ele, há diferentes tipos de ressecamento: o leve, o moderado e o severo. No quadro mais leve, não há muitos problemas. Já quando o ressecamento é moderado, é comum que os pacientes reclamem de embaçamento.

“Geralmente, o mais comum (no caso do uso contínuo de telas) é o mais leve, mas, se além do uso do dispositivo, o paciente tem algum problema ou contribuição de outros fatores, pode passar a ter sintomas moderados”.

O quadro mais grave, por sua vez, costuma acontecer em casos extremos e pode levar à perda da visão. Não é comum que aconteça unicamente pelo uso de dispositivos eletrônicos, mas, geralmente, devido a alguma doença que contribua ou interfira no ressecamento.

Dor e óculos
Entre os sintomas, estão o desconforto, a fadiga e o ressecamento em si. Há quem sinta até mesmo dor de cabeça, como aconteceu com o fotógrafo Eduardo Mafra, 27. De tanto ficar focado em telas, principalmente devido a horas no computador, precisou usar óculos para astigmatismo.

Ele diz que tem tentado reduzir o tempo em frente a telas, mas, passa, em média, seis horas por dia assim. A depender da demanda de trabalho, isso pode aumentar. Por enquanto, não usa colírios, mas a situação melhora com os óculos.

No caso da estudante Brenda Aguiar, 17, nem os óculos fazem a situação melhorar. Ela conta que a ardência chega a incomodar tanto que, às vezes, não consegue manter os olhos abertos. “Parece até que tem areia dentro. Eu uso o notebook também, mas o principal mesmo é o celular, principalmente para rede social. Passo pelo menos umas cinco horas direto na internet”, diz.

Brenda só sente alívio quando se afasta de alguma tela por um tempo. E essa é justamente uma das recomendações dos médicos. “O principal seria dar pausas realmente, dar alguns intervalos realmente, olha para outros lugares. Vai conversar um pouquinho e tira o olhar da tela, não fica fixado ali”, orienta a oftalmologista Tatiana, da Johnson & Johnson Vision.

Quem usa lentes de contato deve ter atenção especial porque o desconforto pode ser ainda maior, já que as lentes tornam o filme lacrimal mais fino. Foi durante os estudos para a criação de uma lente que a empresa descobriu a redução das piscadas em cinco vezes. “Eles avaliaram conforto, visão e satisfação e perceberam que a queda no desempenho de algumas lentes estava associada à questão dos aparelhos digitais. Por isso, foi desenvolvida uma lente para usuários de aparelhos digitais”, afirma, referindo-se à lente Acuvue Oasys 1-Day.

Já o oftalmologista Amilton Sampaio, presidente da Sofba, recomenda o uso de colírios lubrificantes, além de uma avaliação com um médico especialista, para, assim, identificar se há algum outro fator associado.

O uso excessivo dos dispositivos, de acordo com ele, também tem aumentado o índice de miopia na população – especialmente, em crianças. Por isso, ele também indica que se mantenha certa distância entre o aparelho e os olhos.

“Quanto mais próximo do rosto, pior. O ideal é manter algo em torno de 30, 40 centímetros. A gente costuma ver nossas crianças com a mania de ficar com o celular perto do rosto, então, a distância interfere e o excesso de horas também”, pontua o presidente da Sofba.

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SAÚDE

Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país

O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

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Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chama atenção para alta das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza A, o vírus da gripe. O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

Nas últimas quatro semanas, do total de casos de síndromes respiratórias, 54,9% foram por vírus sincicial e 20,8% por influenza A. Entre as mortes, os dois vírus são os mais presentes. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.

Desde o início de 2024, foram registrados 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave no país.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para a importância da vacinação contra a gripe, em andamento no país, como forma de evitar as formas graves da doença. “A vacina da gripe, como a vacina da covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode resultar numa internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, alerta, conforme publicação da Fiocruz.

De acordo com o levantamento, 20 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de aumento de SRAG no longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Agência Brasil

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SAÚDE

Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países

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O Brasil passou a integrar um grupo internacional de monitoramento dos diferentes tipos de coronavírus. A rede de laboratórios, chamada de CoViNet, tem como objetivo identificar novas cepas que possam representar riscos para a saúde pública, além de buscar se antecipar a uma nova pandemia. 

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países e é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início da pandemia de covid-19. O Brasil é representado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

No final de 2023, a OMS decidiu ampliar e consolidar a rede formada durante a pandemia e lançou uma chamada para laboratórios de todo o mundo. O laboratório do IOC/Fiocruz foi um dos selecionados para compor a CoViNet. 

Segundo o IOC/Fiocruz, os dados gerados pelo CoViNet irão orientar o trabalho dos Grupos Técnicos Consultivos sobre Evolução Viral (TAG-VE) e de Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) da Organização, garantindo que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas.

Metro1

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Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no país, diz Fiocruz

Quadro é decorrente do crescimento de diferentes vírus respiratórios.

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Foto: BBC

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28) aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.

De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, explicou.

Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.

“Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.

Mortalidade

A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.

Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Agência Brasil

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