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SAÚDE

Síndrome Respiratória Aguda Grave por influenza aumenta mais de 30% na Bahia

Até o fim de maio, foram registrados 331 casos da infeçção no estado.

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Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Coriza, tosse, obstrução das vias respiratórias. É assim que Luanna Sampaio, 32, descreve a infecção que contraiu no fim de maio. Na casa em que vive com o marido e o filho, todos apresentaram sintomas da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por vírus Influenza ao mesmo tempo. A situação da família não é a única: só este ano, já são 331 casos de SRAG por influenza na Bahia. No mesmo período de 2022, o número era de 249; e, em 2021, foram 17 casos entre janeiro e junho. Os dados são da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Este ano, a Síndrome Respiratória Aguda Grave por Influenza foi verificada em 56 municípios, dos quais se destacam Salvador com 116 casos (44,44%), Vitória da Conquista com 21 (8,05%) e Feira de Santana com 20 (7,66%), de acordo com a Sesab. Quanto à faixa etária, a pasta afirma que o maior coeficiente de SRAG por influenza foi verificado em menores de um ano, com 18,97 casos a cada 100 mil habitantes, e entre um e quatro anos, com 6,43 casos a cada 100.000 habitantes. Já a maior letalidade ocorreu na faixa de 15 a 19 anos (36,36%).

No círculo de conhecidos de Luanna, outras pessoas também contraíram alguma síndrome respiratória ou gripal. “Minha irmã também teve o mesmo quadro de sintomas e a diarista que presta serviços na minha casa. Ambas frequentaram minha casa no período em que estávamos doentes”, diz.

A SRAG é uma doença respiratória altamente contagiosa e abrange casos de síndrome gripal (SG) que evoluem com comprometimento da função respiratória. Na maioria dos casos leva à hospitalização sem outra causa específica. Os agentes podem ser vírus respiratórios como o Influenza dos tipos A e B, Vírus Sincicial Respiratório, Sars-COV-2, bactérias e fungos. A transmissão ocorre a partir do contato com gotículas do ar e secreções de contaminados.

A síndrome pode ser identificada quando, além dos sintomas de uma gripe comum, o doente sente falta de ar ou desconforto para respirar, sensação de pressão no peito, saturação de oxigênio abaixo de 95% ou coloração azulada dos lábios ou rosto.

Marcelo Chalhoub, pneumologista e professor do curso de Medicina da Universidade Salvador (UNIFACS), explica que nem sempre os sintomas são facilmente percebidos. “O sintoma clássico é o desconforto respiratório ou mesmo falta de ar. Por vezes, só é identificado com uma boa avaliação clínica. Os pacientes às vezes não têm nem noção da gravidade”, diz.

Tradicionalmente, a chegada do outono traz uma onda de viroses, devido à mudança de tempo. Essas doenças sazonais de outono e inverno costumam se intensificar entre março e junho. “Essa época do ano sempre tem aumento das viroses. Como são variáveis, às vezes tem aumento da SRAG e aumento da letalidade. Atualmente, os casos graves de covid-19 têm sido mais exceção do que regra, enquanto os casos graves observados envolvem outros vírus: influenza e vírus sincicial respiratório”, acrescenta o pneumologista.

Outro risco aparente é a chamada ‘super virose’. Segundo o infectologista Fábio Amorim, o que a população descreve como uma virose superpoderosa é conhecida entre os especialistas como ‘suprainfecção’, que ocorre quando alguém apresenta mais de um agente infeccioso, fazendo com que os sintomas se misturem. Essa sobreposição dificulta o diagnóstico e a definição de qual tratamento será instituído prioritariamente.

A SRAG na Bahia

Além dos casos que acompanham a influenza, a Síndrome Respiratória Aguda Grave se manifesta também por outros agentes. Na Bahia, o total de ocorrências este ano, até o fim de maio, foi de 4.366.

Entre as classificações, a predominante é de SRAG não especificado, sem uma doença específica, com 2.048 casos. Em seguida vêm as situações causadas por outro vírus respiratório, que somam 997. As que ainda estão sendo investigadas somam 546.

O SRAG por covid-19, responsável por mais de 33 mil casos na Bahia em 2021 e mais de 5 mil em 2022, este ano não chega a 500 ocorrências: até agora, são 419 situações em todo o estado.

“Toda virose respiratória pode evoluir com algum percentual de SRAG. Isso acontece todo ano. O problema é que, às vezes, tem algum tipo de vírus que pode aumentar a incidência da SRAG, e aí vem logo um pânico, na maioria das vezes não justificado. A covid foi uma grande exceção”, afirma Marcelo Chalhoub.

Recomendações da Sesab

Com a quantidade crescente de casos de SRAG, a Sesab emitiu uma nota com recomendações acerca do aumento de casos em crianças:

“As medidas recomendadas se dividem em três vértices: a ampliação da cobertura vacinal, recomendações para as unidades de saúde e recomendações para a comunidade escolar e famílias. A Sesab recomenda a ampliação do acesso à vacinação contra Influenza e Pneumocócica 10 valente, especialmente para as crianças em vulnerabilidade social, com implementação de estratégias mais efetivas para a descentralização dos pontos de aplicação das vacinas nos territórios onde as pessoas moram e para a busca ativa de não vacinados”, declara.

Além disso, a pasta indicou às unidades de saúde que tornem obrigatório o uso de máscara para pacientes acima de dois anos e seus acompanhantes ou visitantes para entrada acesso às dependências das unidades, disponibilização de máscara cirúrgica em caso de sintomáticos respiratórios e suspensão das visitas nas enfermarias e UTIs Pediátricas. Pai, mãe ou responsável legal pela criança não é considerado visita.

À comunidade escolar e às famílias, a Sesab recomendou a intensificação de medidas como higienização das mãos e impedimento de aglomerações, afastamento das escolas, creches e similares de crianças com sintomas até que se perceba melhora dos sintomas gripais, evitar que crianças frequentem ambientes fechados passíveis de aglomeração quando estiverem gripadas e ter atenção à presença de sinais e sintomas gripais entre trabalhadores da comunidade escolar, que deverão ser afastados do ambiente escolar caso haja suspeita de estar com Influenza e/ou Covid-19.

Na nota divulgada, o órgão afirma ter feito ajustes para receber pacientes pediátricos com casos de síndromes respiratórias. “Em Salvador, o Instituto Couto Maia (ICOM), o maior e mais moderno hospital especializado em doenças infectocontagiosas do Brasil, recebeu outros seis leitos de UTI Pediátrica. (…) A Sesab ainda determinou que a UTI Pediátrica do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio (HMIJS), em Ilhéus, passe a receber, por tempo indeterminado e via Sistema de Regulação, somente pacientes com que apresentem sintomas de SRAGs, a fim de operar de forma mais resolutiva no atual cenário epidemiológico”, completa.

Conteúdo Correio

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Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país

O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

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Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chama atenção para alta das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza A, o vírus da gripe. O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

Nas últimas quatro semanas, do total de casos de síndromes respiratórias, 54,9% foram por vírus sincicial e 20,8% por influenza A. Entre as mortes, os dois vírus são os mais presentes. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.

Desde o início de 2024, foram registrados 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave no país.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para a importância da vacinação contra a gripe, em andamento no país, como forma de evitar as formas graves da doença. “A vacina da gripe, como a vacina da covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode resultar numa internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, alerta, conforme publicação da Fiocruz.

De acordo com o levantamento, 20 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de aumento de SRAG no longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Agência Brasil

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Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países

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O Brasil passou a integrar um grupo internacional de monitoramento dos diferentes tipos de coronavírus. A rede de laboratórios, chamada de CoViNet, tem como objetivo identificar novas cepas que possam representar riscos para a saúde pública, além de buscar se antecipar a uma nova pandemia. 

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países e é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início da pandemia de covid-19. O Brasil é representado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

No final de 2023, a OMS decidiu ampliar e consolidar a rede formada durante a pandemia e lançou uma chamada para laboratórios de todo o mundo. O laboratório do IOC/Fiocruz foi um dos selecionados para compor a CoViNet. 

Segundo o IOC/Fiocruz, os dados gerados pelo CoViNet irão orientar o trabalho dos Grupos Técnicos Consultivos sobre Evolução Viral (TAG-VE) e de Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) da Organização, garantindo que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas.

Metro1

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Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no país, diz Fiocruz

Quadro é decorrente do crescimento de diferentes vírus respiratórios.

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Foto: BBC

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28) aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.

De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, explicou.

Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.

“Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.

Mortalidade

A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.

Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Agência Brasil

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