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Veja por que estampa xadrez, chapéu e bota viraram roupa junina

A tradição das peças se mistura a elementos mais atuais.

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Crédito: Kleber Cordeiro/Shutterstock

De longe, qualquer pessoa minimamente escolada em festa junina reconhece fácil a estética: chapéu de palha, estampa xadrez, tecido de chita, peças em couro e bota. Basta olhar para identificar que aquele é um estilo de quem está prestes a ir a uma festa de São João ou São Pedro.

É tão certeiro que é só chegar nessa época do ano que as vitrines ficam infestadas de roupas xadrez em todo tipo de modelagem, além de jeans e modelos de bota. “Temos calças, shorts, peças e estampas que vão ser acolhidas com muita intensidade nesse período em que, no Brasil, se instala o nosso outono-inverno e que coincide com as festas juninas”, diz a pesquisadora Renata Pitombo, professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e autora do livro Moda e crítica: prazer, julgamento e avaliação.

As origens dessa indumentária, porém, vêm de muito antes – e de bem longe. Assim como a tradição pelas festas juninas foi trazida da Europa, com as celebrações pagãs pela chegada do solstício de verão, os trajes típicos têm a mesma raiz nesse período. No hemisfério Norte, o verão ocorre nos meses em que aqui é inverno. Por isso, os primeiros registros datam de vestimentas em Paris, ainda no século 18, sendo usadas nas festas dos camponeses para celebrar a colheita.

“Com a cristianização dessas festividades, elas foram incorporadas ao calendário religioso e passaram a ser comemoradas em homenagem a São João, Santo Antônio e São Pedro. No Brasil, a tradição foi introduzida pelos portugueses”, explica a consultora de moda Phaedra Brasil, do Senac Bahia. Com o tempo, vieram os elementos da cultura nordestina e as peças que se tornaram símbolos dos festejos pelo país.

Nobreza

Os trajes chegaram ao Brasil trazidos pela corte real portuguesa, no início do século 19. Já amplamente difundidos pela Europa, esses costumes indicavam aqui que as mulheres tinham de usar vestidos muito rodados e volumosos – o que, posteriormente, viria a influenciar as fantasias das quadrilhas. Com o passar dos anos, as roupas começam a ser confeccionadas com tecidos mais próprios dos trópicos, que são mais coloridos, como a chita.

Segundo a professora Renata Pitombo, da UFRB, alguns acessórios têm a ver com a própria ambientação das festas juninas. “O chapéu de palha vai ser utilizado justamente para simbolizar esse homem do campo que é um trabalhador que fica de sol a sol labutando pela sua colheita. Além de ser um elemento distintivo, quando do início das festas, traz a simbologia da vida campesina”, explica.

“O chapéu de palha vai ser utilizado justamente para simbolizar esse homem do campo que é um trabalhador que fica de sol a sol labutando pela sua colheita. Além de ser um elemento distintivo, quando do início das festas, traz a simbologia da vida campesina”

Enquanto isso, as botas eram um acessório que servia para a proteção tanto de homens quanto mulheres. Era uma maneira de evitar o contato direto com a terra, produzindo um certo distanciamento – ainda que, hoje, muitos desses calçados se destaquem pela altura dos saltos.

São exemplos de como esses elementos se adaptaram e se adequaram bem às circunstâncias rurais, especialmente no Nordeste do país. “A roupa junina perdura porque marca um período específico. Ela tem a ver com uma festividade, um ritual, um modo de identificação, pertencimento e adesão à festa que vai cultivar a fatura da colheita e da vida. Muita gente nem sabe disso, mas essa questão da colheita é muito forte com o São João e acho que se adequou muito bem à vida campesina aqui no Brasil”, completa.

Danças

Nas apresentações das quadrilhas, as roupas são uma parte importante das performances dos grupos, como ressalta a consultora de moda Phaedra Brasil, do Senac. Por serem elaboradas e coloridas, além de terem um estilo caipira ou campestre, os trajes contribuem para criar uma atmosfera tanto tradicional quanto festiva.

De acordo com ela, as quadrilhas de hoje também remontam as danças europeias, como a quadrilha francesa e a contradança inglesa, ambas trazidas ao Brasil durante a colonização e adaptadas por aqui com elementos da cultura local. Esse é o caso dos tecidos usados nas indumentárias.

“A chita é um tecido de algodão estampado, colorido e de baixo custo, que se tornou popular nas festas juninas devido à sua alegria e vivacidade. Ele é utilizado para confeccionar as tradicionais roupas caipiras, como vestidos, saias e camisas”, acrescenta Phaedra.

Já as estampas xadrez fazem alusão ao tartã (ou tartan), como é chamado em terras britânicas. No século 18, os tecidos começaram a ser confeccionados e usados, principalmente, na Escócia. Em geral, tinham um significado social forte, já que eram usados pelos clãs locais como uma forma de evocar distinção e lealdade nacional.

“Pouco a pouco, o xadrez vai se popularizando, sobretudo no final da Segunda Guerra Mundial, na Europa como um todo. No Brasil, ele vai se associar a esse meio rural e continuar ligado a essa territorialidade”, pontua a professora Renata Pitombo, da UFRB.

Transformações

Como a moda é cíclica, os trajes juninos não ficariam imunes a mudanças ao longo das décadas. De modo geral, essa ‘moda junina’ segue forte e, na avaliação da professora, continua reativando valores sertanejos, principalmente, “Essa força campesina é muito presente no Brasil e tem ganhado protagonismo nos últimos anos, sobretudo pela importância do agronegócio”, cita Renata.

Ao mesmo tempo, o que tem se visto nos anos mais recentes é mais variedade de estilos e abordagens na confecção, segundo a consultora de moda Phaedra Brasil. Mais tipos de cortes, modelagens e combinações de estampas têm resultado em mais diversidade nos trajes, além de elementos contemporâneos.

Na avaliação dela, a fusão entre o tradicional e o moderno tem produzido roupas mais possibilidades estéticas para os looks juninos. “As pessoas estão mais abertas a experimentar e personalizar suas vestimentas, resultando em um leque mais amplo de estilos. O importante é não ‘caricaturar’ a referência a este movimento da nossa cultura”, reforça.

Para a professora Márcia Mello, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Unifacs, a grande diferença agora é uma adaptação aos hábitos atuais, o que inclui modelos, tecidos e cores.

“Atualmente, percebe-se uma necessidade de espetacularização da imagem, o que pode descaracterizar a originalidade das festas juninas”, diz, citando o caso de uma pessoa que usa uma bota com cristais Swarovski.

Conteúdo Correio

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Anderson Leonardo, cantor do Molejo e ícone do pagode dos anos 1990, morre aos 51 anos

Pagodeiro se tratava contra um câncer na região inguinal desde 2022.

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Foto: Reinaldo Marques/Globo

Ícone do pagode dos anos 1990, Anderson Leonardo, de 51 anos, do grupo Molejo, morreu nesta sexta-feira (26), 1 ano e meio após um diagnóstico de câncer na região inguinal. A informação foi confirmada pela assessoria do cantor e pelo perfil oficial do grupo.

“Nosso guerreiro ANDERSON LEONARDO lutou bravamente, mas infelizmente foi vencido pelo câncer, mas será sempre lembrado por toda família, amigos e sua imensa legião de fãs, por sua genialidade, força e pelo amor aos palcos e ao MOLEJO. Sua presença e alegria era uma luz que iluminava a vida de todos ao seu redor, e sua falta será profundamente sentida e jamais esquecida, nós te amamos”, diz a mensagem postada em uma rede social.

Mais conhecido como Anderson Molejão, por causa da conexão com o grupo Molejo, o cantor fez história com seus sucessos animados e bem-humorados.

Nascido no Rio de Janeiro, Anderson é um dos formadores do grupo carioca de pagode, junto com Andrezinho, Claumirzinho, Lúcio Nascimento, Robson Calazans e Jimmy Batera.

Anderson estava internado no Hospital Unimed, na Barra da Tijuca, e seu quadro vinha piorando desde domingo (21).

Conteúdo G1

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Erupção de vulcão faz Indonésia elevar grau de perigo e emitir alerta de tsunami

Cerca de 11 mil pessoas foram obrigadas a abandonar a áreas de risco, nesta quarta-feira (17).

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Foto: AFP Photo/Centro de Vulcanologia e mitigação de riscos geológicos/PVMBK

A erupção de um vulcão na Indonésia levou o país a emitir um alerta para risco de tsunami, na noite de quarta-feira (17). As autoridades também elevaram o nível de alerta para o Monte Ruang para o mais alto diante do aumento das atividades vulcânicas.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram raios e relâmpagos de cor roxa acima do vulcão. Uma nuvem de cinzas de quase 3 km de altura também se formou. Veja no vídeo acima.

A montanha registrou ao menos cinco grandes erupções nas últimas 24 horas. As autoridades temem que parte do monte caia no mar e provoque um tsunami. Algo semelhante foi registrado em 1871.

Além disso, em 2018, a erupção do vulcão Anak Krakatoa na Indonésia provocou um tsunami ao longo das costas de Sumatra e Java, depois de partes da montanha caírem no mar. À época, mais de 400 pessoas morreram e milhares ficaram feridas.

Nesta quarta-feira, cerca de 11 mil pessoas foram retiradas de áreas de risco. O governo pediu para que moradores e turistas fiquem a uma distância de pelo menos 6 km do vulcão.

O Monte Ruang fica em uma ilha remota no norte da Indonésia. A agência de vulcanologia havia alertado na segunda-feira (15) que a atividade do vulcão tinha aumentado após dois terremotos registrados nas últimas semanas.

A Indonésia registra atividades sísmicas e vulcânicas frequentes por sua localização no “Anel de Fogo do Pacífico”. O país tem cerca de 120 vulcões ativos.

Conteúdo G1

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Repórter investigativo Afonso Monaco morre aos 78 anos

Jornalista travava uma batalha contra o câncer.

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Crédito: Record TV

O jornalista Afonso Monaco, de 78 anos, morreu nesta sexta-feira (12), após travar uma longa batalha contra um câncer. Veterano na Record, ele fez sucesso ao investigar diversos casos jornalísticos policiais.

O jornalista foi um dos comunicadores a focar no caso do desaparecimento de Madeleine McCann, em maio de 2007, resultando na credibilidade do seu trabalho investigativo.

Além de fazer parte do Domingo Espetacular, da Record, ele também fazia reportagens especiais para o programa Câmera Record. Após descobrir a doença, Afonso precisou se afastar da profissão por um tempo.

Segundo a emissora da família Macêdo, o jornalista passou mais de 50 anos se dedicando ao que mais gostava de fazer: trabalhar no jornalismo.

“Nos mais de 50 anos dedicados ao jornalismo, Afonso é um dos repórteres mais respeitados do Brasil, emprestando sua credibilidade às matérias que nos últimos anos estavam na Record. Seu compromisso com a verdade e sua paixão pelo jornalismo deixam um legado inestimável”, diz a nota emitida pela empresa.

Ele deixa esposa e filhos. O velório de Afonso Monaco será realizado neste sábado (13), das 14h às 18h, no Funeral do Morumbi.

Conteúdo Correio

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